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Eliminatórias: Uruguai consegue vitória histórica sobre a Bolívia na altitude

08/10/2015 19h07

No jogo que abriu oficialmente as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, o Uruguai conseguiu excelente resultado ao derrotar por 2 a 0 a Bolívia nesta quinta-feira, no Estádio Hernando Siles, em La Paz, que recebeu lotação máxima, 32 mil lugares (esgotados desde a segunda-feira). Foi um gol em cada tempo, de Cáceres e do capitão Godín, ambos iniciados em cruzamentos certeiros de Sánchez. Esta foi a primeira vitória do Uruguai na altitude de La Paz na história da competição. Já a Bolívia segue o seu mau momento. Na Eliminatória para a Copa de Brasil, em seus domínios, só venceu duas partidas em oito (uma delas contra o Uruguai). E na campanha para 2018, começa fracassando.

O jogo despertou enorme interesse na Bolívia e presidente da Republica Evo Morales até decidiu que nesta quinta-feira todos os funcionários públicos trabalhassem apenas em meio expediente para que pudessem ver o jogo pela TV ou ir ao estádio. Considerada a mais fraca concorrente, a Bolívia entrou bastante modificada em relação àquela que disputou a Copa América em junho e sem seus dois astros, Raldes e Marcelo Moreno, que se desligaram da seleção por não aceitarem a presença de Baldivieso como treinador. O comandante, preocupado com o time celeste e ainda rescaldado pela derrota por 7 a 0 para a Argentina em amistoso), tratou de escalar um time bem defensivo, com nada menos do que quatro volantes.

Para evitar o efeito da altitude, o Uruguai se preparou em Santa Cruz de La Sierra (cidade bem mais baixa) e chegou a La Paz duas hotas antes da partida, repetindo uma estratégia comum a todas as seleções, inclusive a do Brasil.  E entrou em campo muito desfalcado. Não contou com a dupla titular do ataque, Cavani e Suárez, cumprindo suspensão, além do lateral-direito Maxi Rodríguez e o volante Arévalo Ríos, machucados. Além disso, como o treinador Oscar Tabárez também estava suspenso pela Conmebol e nem poderia ir ao vestiário, a equipe teve de ser comandada por seu auxiliar, Celso Otero. Tabárez acompanhou o jogo de uma das cabines do Hernando Siles.

O jogo começou com a Bolívia buscando lançamentos e chuveirinhos e vendo o seu atacante Arce assustando o goleiro Muslera no primeiro minuto num chute que passou raspando. Mas parou nisso. Já no minuto seguinte, o Uruguai respondeu com Abel Hernández obrigando o goleiro Vaca a fazer boa defesa. Dominando as ações, a Celeste abriu o placar aos nove minutos. Após cruzamento excelente de Carlos Sánchez pela direita, o atacante Abel Hernández cabeceou para defesa parcial do goleiro Vaca. O lateral-direito "Pelado" Cáceres pegou o rebote e mandou de primeira para as redes.

A partir daí o jogo ficou aberto. O atacante Duk chutou uma bola na trave uruguaia e Campos e Arce obrigaram o goleiro Muslera a realizar boas defesas para evitar o empate. Já o goleiro boliviano Vaca fez milagre ao defender uma cobrança de falta de Pato Sánchéz e uma cabeçada de Godin. E os uruguaios - que perderam o ex-gremista Cebolla Rodríguez, machucado, aos 34 minutos -  ainda reclamaram de um pênalti não marcado pelo árbitro uruguaio Loustau, quando Cáceres foi derrubado na área.

Na etapa final, a Bolívia voltou mais ofensiva, com Díaz no lugar de um dos volantes (Castro) e foi muito mais incisiva. Duk, Campos e Díaz tiveram boas oportunidades antes dos 12 minutos  e, a cada susto,  o Uruguai se fechava cada vez mais na defesa. Isso acabou obrigando a Bolívia a arriscar chutes de fora da área, como um de Chumacero, aos 15.

Os bolivianos foram para o desespero: Baldivieso fez substituições que encheram o time de atacantes. Só que aos 23 minutos, numa cobrança de falta opela esquerda, Carlos Sánchez  fez o levantamento, Vaca saiu mal demais e o zagueiro Godín, quase dentro do gol, cabeceou para as redes, fazendo 2 a 0.  A torcida perdeu a paciência e em campo o time perdeu a cabeça. Dois minutos depois, o violento Torrico, que já havia levado amarelo na etapa inicial, entrou com muita força numa dividida com Giménez e levou cartão vermelho. O jogo ficou mais preso no meio de campo e sem grandes oportunidades até o apito do juiz.

Na próxima terça-feira o Uruguai receberá a Colômbia em Montevidéu. Já a Bolívia irá até Quito enfrentar um de seus arquirrivais, o Equador.

FICHA TÉCNICA:

BOLÍVIA 0x2 URUGUAI

Data-Hora: 8/10/2015 - 17h (de Brasília)

Local: Hernando Siles, em La Paz (BOL)

Árbitro: Patrício Lostau (Fifa/ARG)

Assistentes: Juan Pablo Belatti e Ezequiel Brailovsky, ambos da Argentina

Renda / Público: ND/32.000 pagantes (lotação máxima)

Cartões amarelos: Torrico, Marteli, Campos e Arce (BOL),  Corujo e Rolán (URU)

Cartão vermelho: Torrico (BOL)

Gols: Cáceres, 9'1ºT (0-1); Godín, 23'/2ºT (0-2)

BOLÍVIA: Daniel Vaca; Zampiery, Zenteno, Marteli e Jair Torrico; Veizaga, Chumacero (Lizio, 15'/2ºT), Castro (Díaz, Intervalo) e Jhasmani Campos (Cardozo, 23'/2ºT); Juan Carlos Arce e Yasmani Duk. Técnico: J. C. Baldivieso

URUGUAI: Muslera; Cáceres, Giménez, Godín e Alvaro Pereira; Corujo, Pato Sánchez (Lodeiro, 29'/2ºT), González e Cristian Rodríguez (Mayada, 35'/1ºT); Stuani e Abel Hernández (Rolán, 16'/2ºT). Técnico: Celso Otero (Oscar Tabárez, o treinador oficial, cumpriu suspensão).