Palmeiras pode quitar 1ª dívida com Nobre na metade do tempo previsto
Em maio, o Palmeiras chegou a um ano quitando a primeira dívida com Paulo Nobre, de R$ 103 milhões. Nos 12 meses, o clube já devolveu ao presidente R$ 20 milhões (além dos juros de até 1% ao mês) e no atual ritmo pode pagar todo o valor em quase cinco anos, bem abaixo dos 12 previstos quando o pagamento foi aprovado pelo conselho do clube, em 2014.
Neste caso, 10% da renda bruta mensal do Verdão vai para o Banco Votorantim, responsável por intermediar a transação entre Palmeiras e Nobre. Ou seja, em maio o clube arrecadou R$ 31 milhões e desta quantia R$ 3,1 milhões foram ao banco para a dívida. Do montante são abatidos os juros (perto de R$ 1 milhão), e o restante volta para o dirigente. Esta manobra com o Votorantim foi uma forma de assegurar que Nobre continue recebendo em futuras gestões - seu segundo mandato acaba em dezembro.
O retorno tem sido acima do esperado por conta do aumento de receitas do clube, como bilheterias e o Avanti. Estes R$ 103 milhões são referentes aos empréstimos feitos por Paulo Nobre entre 2013 e 2014 em seu primeiro mandato, quando a saúde financeira do clube era delicada.
Ao todo, o dirigente colocou quase R$ 200 milhões no Palmeiras, mas R$ 43 milhões foram abatidos com o repasse dos direitos econômicos de seis jogadores contratados com o seu dinheiro: Mendieta, Leandro, Tobio, Mouche, Allione e Cristaldo (já vendido). Por conta da nova legislação, Róger Guedes e Mina, contratados também por ele, estão vinculados ao Palmeiras. Nobre, então, terá de fazer um acordo com o presidente que estiver no cargo na ocasião da venda dele para receber de volta o dinheiro investido. Em todos os casos, Paulo pode, no máximo, recuperar o valor que investiu - lucro fica com o clube.
Outra parte da dívida já foi paga, restando perto de R$ 40 milhões a serem devolvidos ao dirigente. Primeiro, havia sido acertado o pagamento em 40 parcelas de R$ 800 mil. Mas recentemente houve o alongamento desta dívida: agora o valor será quitado em 85 vezes, e o preço da parcela caiu para quase a metade. Esta quantia deve ser paga em seis anos.
Durante o imbróglio entre Palmeiras e Crefisa, quando a patrocinadora ficou três meses sem pagar, o mandatário fez novos empréstimos para manter o fluxo de caixa. Assim que recebeu os R$ 19,5 milhões, o clube ressarciu Nobre por isso.
Neste ano, o Palmeiras tem um superávit de R$ 24,9 milhões, de acordo com o último balancete aprovado pelo Conselho de Orientação e Fiscalização (COF). Após quatro meses no azul, o clube teve em maio prejuízo pela primeira vez, de R$ 942 mil.
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