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Pragmático, Sam Allardyce pode ter a mistura certa para frágil Inglaterra

25/07/2016 18h21

''Perder para a Islândia na Eurocopa foi uma falha que abalou o futebol inglês. Torcedores cheios de raiva e desiludidos tornaram a situação ainda mais ridícula. Sam Allardyce é o homem lembrado por equipes que estão em desespero. A Inglaterra, por exemplo, não poderia ignorá-lo, visto o desastre na França, quando a equipe se comportou como um gato ao pular em uma banheira cheia de água, exigia medidas concretas.

No entanto, expectativas raramente foram tão baixas, com insatisfação dos torcedores pela falta de paixão do time, sem contar a falta de conexão entre os jogadores e o público. Não à toa, Martin Glenn, o presidente da FA (Football Association), estava franzindo a testa para a escolha de Allardyce. Dúvidas quanto à decisão por Sam não podem ser deixadas de lado. Ainda mais quando uma grande oportunidade de emprego exige um candidato à altura.

Big Sam, como é apelidado, prontamente se dispôs a nos dizer como se encaixaria melhor na função de técnico da Inglaterra. Uma oportunidade que esperava há muito tempo, depois de ter a ter deixado escapar há dez anos, quando Steve McClaren foi o escolhido para o cargo.

Allardyce rejeitou a ideia de que a Inglaterra chegou ao fundo do poço. Também rejeitou os boatos de que não seria bom o bastante para o cargo por nunca ter liderado uma equipe a um estágio significativo da Liga dos Campeões da Europa. Apesar disso, ele próprio sabe da pressão que enfrentará e reconhece que a inexperiência em competições continentais, como a Liga dos Campeões, ou com clubes de maior expressão do próprio campeonato inglês, são coisas com o que se preocupar.

Mesmo assim, Allardyce não terá vergonha de admitir seu estilo pragmático de conduzir uma equipe. Apesar de querer jogadores adaptáveis e flexíveis, ele escolherá um sistema baseado no seu foco pelo resultado. Sua liderança na seleção inglesa será um grande desafio misturado a certa dose de travessura. Talvez seja a tônica perfeita para a frágil Inglaterra."

Jacob Steinberg - Jornalista do The Guardian