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Da franqueza à insatisfação: Bauza e São Paulo têm primeiros atritos

Xinhua/Rahel Patrasso
Imagem: Xinhua/Rahel Patrasso

26/07/2016 06h15

Sempre destacada pela franqueza e ausência de vaidade, a relação entre São Paulo e Edgardo Bauza tem suas primeiras faíscas. O principal motivo é a insistência de Patón em pedir reforços nas entrevistas, mesmo diante da chance de deixar o clube para comandar a seleção argentina.

Após os dois últimos jogos, o técnico falou de forma genérica sobre a necessidade de novas peças para o ataque. Andrés Chávez chegou do Boca Juniors (ARG) nesse meio tempo. Na última segunda-feira, mais uma vez à imprensa argentina, Bauza foi além e entregou a busca são-paulina por Lucas Pratto e Lucas Barrios para "jerarquizar" o setor ofensivo.

O clube argumenta: como escolher e investir em um jogador a pedido de um técnico que pode sair a qualquer momento? E mais: Bauza inclui a saída de Rogério para o Sport como prejuízo, mas não teve habilidade para administrar a insatisfação do atacante, que, na visão do clube, também não colaborou. Por fim, tornar públicas negociações difíceis como as citadas só reforçou a indisposição dos dirigentes.

Bauza agiu de forma semelhante com Buffarini, pedido em entrevistas a argentinos desde dezembro e que agora espera aval da Fifa para ser anunciado no São Paulo. Há uma visão de que Patón tem essa postura como arma para tentar ganhar os reforços de sua preferência - e isso não é visto sempre como algo negativo.

Ao mesmo tempo, o técnico pode ser um trunfo na busca por Pratto ou Barrios. O comandante é bem quisto pelos compatriotas e, assim, convenceu Calleri a defender o time tricolor. Barrios, por exemplo, já conversou com Bauza há algumas semanas e sabe que teria mais espaço do que tem no Palmeiras, que dificilmente irá liberá-lo a um grande rival.

Obstáculos financeiros, como o salário de R$ 1 milhão bancado pela Crefisa, também atrapalham. O alto valor que também é impeditivo na busca por Pratto. O Atlético-MG já recusou mais de R$ 27 milhões do Chonqing Lifan (CHN), o time que acabou comprando Alan Kardec.