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Histórico e integração com Jardine: Gomes atento à base do São Paulo

MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

17/08/2016 07h05

Durante sua entrevista coletiva de apresentação no São Paulo, Ricardo Gomes brincou: "Se o presidente quiser trazer reforços eu não vou reclamar". A resposta bem humorada, ao lado de Carlos Augusto de Barros e Silva, é de quem sabe que dificilmente o Tricolor fará contratações de peso ainda nesta temporada e tem a solução para elencos e dinheiro reduzido.

No Botafogo, os problemas financeiros fazem com que o clube gaste muito mais com dívidas de gestões passadas do que com a manutenção do atual plantel. Assim, Ricardo precisou aproveitar os talentos das categorias de base para montar um time competitivo, que foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro de 2015 e vice do Campeonato Carioca deste ano.

A necessidade e a paciência do técnico para lapidar os jovens gerou espaço, por exemplo, para o zagueiro Emerson e o atacante Ribamar. Os dois foram titulares e destaques no Cariocão, sendo que o segundo já foi até negociado com o Munique 1860 (ALE). E essa facilidade em garimpar garotos não é nenhuma novidade para o treinador, inclusive no São Paulo.

Em 2010, foi Ricardo quem decidiu levar Casemiro e Lucas, então chamado de Marcelinho, para treinar entre os profissionais. O primeiro, agora volante titular do Real Madrid (ESP), chegou a estrear na equipe principal com o comandante, que usava time reserva no Brasileirão enquanto preparava os titulares para a semifinal da Copa Libertadores da América.

Já Lucas fez seu primeiro jogo no profissional justamente no duelo seguinte à saída de Ricardo, que deixou o cargo depois da eliminação para o Internacional na Libertadores. O meia rapidamente se firmaria como titular, ganharia chances na Seleção Brasileira, o título da Copa Sul-Americana de 2012 e um contrato milionário com o Paris Saint-Germain (FRA), onde é multicampeão.

No elenco atual, o São Paulo conta com 12 jogadores formados no CFA Laudo Natel, em Cotia. Entre eles, oito têm 20 anos ou menos e só Rodrigo Caio pode deixar o clube nas próximas semanas. Os últimos a ganharem chances foram promovidos por Edgardo Bauza, como o volante Artur e os atacantes Luiz Araújo e Pedro, mas esse número pode aumentar com Ricardo.

Outro trunfo para dar mais espaço à base foi a boa aceitação do técnico André Jardine no CT da Barra Funda. Enquanto foi interino de Patón, conquistou os jogadores e dirigentes com seus métodos e deve participar mais ativamente do início do trabalho de Ricardo mesmo à frente do sub-20. A equipe, inclusive, já tem outros bons valores a oferecer.

O zagueiro Kal e o lateral-esquerdo Caíque, que chegaram a ser relacionados para algumas partidas com Bauza, pintam como os mais prontos para, ao menos, treinar mais vezes entre os profissionais. O meia Shaylon e o atacante Geovane são outras esperanças, mas o clube considera que ainda são novos e podem render mais à base. E há ainda David Neres, destaque do sub-20 com Jardine em 2015, e que voltou a jogar no último domingo depois de seis meses parado devido a uma cirurgia no ombro esquerdo.

"É muito bom ver que os jogadores da base estão tendo oportunidades no time de cima. Estou trabalhando forte aqui nos treinos e jogos que venho fazendo para quando a chance aparecer novamente, eu estar preparado para mostrar o melhor futebol que tenho", disse Caíque, titular do sub-20 do São Paulo na disputa da Copa Paulista.