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Polivalente, Lindoso vai se garantindo no Botafogo. Mas quer fazer mais

JORGE RODRIGUES/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: JORGE RODRIGUES/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO

24/10/2016 06h00

Sai treinador, entra treinador, muda esquema tático, chegam reforços, faça chuva ou faça sol. Esteja como estiver o time do Botafogo, Rodrigo Lindoso estará lá. Aliás, só não estará se precisar cumprir suspensão ou se recuperar de lesão. E assim deve continuar sendo, principalmente porque, no meio-campo, onde precisar ele joga. Desta forma, mesmo sendo mais discreto, ele se tornou figura certa em quase toda escalação do time.

"Já tinha feito as três funções (primeiro volante, segundo volante e meia central). No Madureira, em 2015, jogávamos com três volantes. No Botafogo, ano passado, também. Éramos eu, o Willian Arão e o Fernandes. No Madureira eu saía mais, aqui eu fui de meia para volante fixo. Por características. Claro que toda mudança requer adaptação. Sou cobrado, às vezes, por não fazer gols, ma tenho uma função tática importante", ressalta, em entrevista exclusiva ao LANCE!.

Hoje com 27 anos, Lindoso chegou ao Botafogo como meia, há pouco mais de um ano, após consistente Campeonato Carioca pelo Tricolor Suburbano. A mutação do jogador para a função necessária de cada jogo diminuiu o número de vezes em que ele apareceu no ataque. Já houve temporadas em que ele fez sete gols, mas os 41 jogos desta temporada já são um recorde de participações na carreira dele.

"Pode passar despercebido, mas há os passes certos, os roubos de bola... Dificilmente avaliam isso. Caneta e gols aparecem mais. Fazer a função que faço, com a eficácia que estou tendo é de se elogiar; jogando como meia, depois como segundo volante. Polivalência é boa para mim e para o Jair Ventura", disse.

Titular e parte importante de uma campanha que pode levar o Botafogo à Libertadores. Mas ainda não está tudo perfeito.

"Sinceramente, é um ano especial, houve o nascimento da minha filha e estamos brigando em cima na tabela. Eu me sinto feliz pelo grupo, mas sei do meu potencial, sei que posso melhorar. Fazer um pouco mais, aparecer mais, fazer mais gols (três desde que chegou ao clube)", analisa o crítico volante.

SEM GOL HÁ SEIS MESES, ELE CONFESSA ANSIEDADE

O bom momento de Rodrigo Lindoso não impede a ansiedade do meio-campista. E este sentimento se alimenta da falta de gols de quem se acostumou a comemorar os próprios feitos ao longo da carreira, mas não consegue balançar as redes desde abril. E olha que, naquele mês, foram três jogos seguidos marcando.

"Claro (ansiedade). Chego no gol, mas pouco. Tenho uma função de cobrir lateral, proteger a defesa. Quando joguei aberto na esquerda, com mais liberdade, cheguei algumas vezes. Contra o Atlético-MG, duas vezes, mas não é frequente", diz.

No último jogo, contra o Santa Cruz, Lindoso fez o papel de Airton, normalmente o primeiro à frente da zaga. E com o elenco surpreendendo a tantos, ele acredita no sucesso.

"Não tem como analisar onde vai chegar, mas é bom fazer boa campanha. Tem exemplos de clubes que montaram times com jogadores sensacionais e não ganharam nada. Aqui, estamos todos unidos. O Sidão chegou depois, o Camilo... o Alemão se você ver, parecia que, em um dia de clube, tinha um ano. Liberdade que damos. O grupo é um dos melhores que já trabalhei", afirma.