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Mudança na alimentação e dicas de Cássio: boa fase de Walter no Corinthians

Danilo Verpa/Folhapress
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

26/10/2016 07h00

Walter não é de revelar seus segredos. O jeito caipira e a timidez deixam o goleiro com um ar desconfiado nas entrevistas. Assim, foi quase sem querer que ao final da conversa com a reportagem do Lance!, no CT Joaquim Grava, o novo titular da meta do Corinthians soltou um dos trunfos para o seu bom momento. Ele cortou as "besteiras" da alimentação, passou a comer melhor, perdeu 7kg de gordura e ganhou 3,5kg de músculos.

O trabalho com um nutrólogo particular realizado há sete meses o deixou não só mais forte e magro, como lhe deu disposição para treinar e jogar. Porém, também cobra seu preço... e caro! Walter lidou bem com a ausência de pão na dieta, aceitou trocar o arroz branco pelo integral e entendeu que a cerveja o prejudicaria mesmo nas folgas. Mas tem algo com o que não é fácil de lidar...

"O pudim da tia aqui do CT é brincadeira. Sinto falta! Às vezes pode sair da linha uma vez por semana, normalmente dá vontade de doce. Mas se comer chocolate, por exemplo, ele (nutrólogo) me mata", contou o camisa 27, bem-humorado.

O aspecto físico é importante, mas para ganhar a vaga de Cássio ele precisou de muito mais. Bancado pelo técnico Oswaldo de Oliveira, Walter vive aos 28 anos uma das melhores fases da carreira e passou a ser um dos xodós da torcida neste ano.

E para isso ele contou até mesmo com dicas do principal concorrente e seu maior amigo no elenco:

"Quando eu estava no banco, também tentava ajudar o Cássio. Agora, ele faz o mesmo e me passa tudo: posicionamento, como falar com o time, dar uma orientação..."

Com a titularidade garantida, o goleiro sonha agora com voos mais altos. Ele diz ter muito trabalho pela frente, mas mostrou ter na ponta da língua o que espera do futuro:

"Claro que títulos! Tenho alguns, mas quero títulos jogando!"

Dida e goleiro da seleção inglesa são inspirações

Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo... Jogadores de linha costumam apontar sempre os mesmos jogadores (os melhores do mundo) como inspirações no futebol. Mas e no gol? Quando indagado, Walter pensou, pensou, disse não ter um nome... mas escolheu Joe Hart como uma referência.

Titular da seleção inglesa, o arqueiro de 29 anos perdeu espaço no Manchester City com a chegada do técnico Pep Guardiola e se transferiu para o Torino no meio do ano.

No início da carreira, porém, Walter se espelhava em um ídolo da Fiel torcida... mas também num algoz do Corinthians.

"Teve o Dida, que estava em uma fase fenomenal, pegando pênalti atrás de pênalti, e até o Marcos. Foram os dois que mais marcam na minha memória", contou Walter.

Mesmo nas folgas o goleiro corintiano gosta de assistir futebol, não só como forma de se aperfeiçoar, mas também como divertimento. E sem distinção de país ou nível técnico:

"Eu assisto muito futebol, tudo. Série B, Série C, o que passa na TV eu vejo. Sento com minha filha no sofá e fico vendo nas folgas", destacou.

Desempenho, sim. Marcas, não

Walter completou 50 partidas pelo Corinthians no último domingo, mas se não fosse avisado por seu assessor pessoal não saberia. O goleiro diz não ligar para números ou marcas da carreira. Porém, ele acompanha de perto seu desempenho, principalmente o número de gols sofridos. O goleiro já levou 42 tentos, média de 0,84 por jogo.

"Para mim significa muito chegar a 50 jogos no Corinthians, fiquei feliz, espero que venha mais e mais. Acompanho minhas estatísticas e não quero atingir a média de um gol por um. Por enquanto, ainda está bom".

BATE-BOLA WALTER GOLEIRO DO CORINTHIANS:

'A motivação do Oswaldo é muito grande, nos faz querer mais'

Muda algo para você ser bancado como titular por Oswaldo?

A confiança que o treinador dá é importante, mas isso é para todos, não só para mim. Se eu for mal nos jogos, vou ser sacado da mesma forma. Tenho que pensar em ajudar o time a todo momento. O Cássio está aí, querendo o espaço dele, e sempre fez o melhor para o Corinthians.

Como foi a conversa entre vocês? O que o treinador disse?

A gente não teve uma conversa com o Oswaldo, eu vinha jogando, e ele manteve. Não teve uma conversa como foi com o Tite e o Cristóvão.

E com o Cássio, você falou?

A gente procura trabalhar da mesma forma, é claro que tem as conversas normais do dia a dia, mas quem cria esse debate é mais a mídia, a gente escuta de fora, mas aqui é normal.

Há espaço para os dois em 2017 ou talvez um tenha que sair?

Acho que tem, sim. Ainda mais o Corinthians do jeito que é, podendo disputar Libertadores, Copa do Brasil, Brasileiro... O ideal é ter dois por posição, como em 2015, quando tinham dois de alto nível em cada.

Mas no gol há menos trocas...

É verdade, mas temos contratos longos, isso dá uma garantia grande.

E se houvesse um rodízio?

Não sei... Acho que no Brasil isso não daria certo pela cultura que temos.

Como está sendo o início de trabalho com o Oswaldo de Oliveira?

Ele conversa bastante, mostra muito vídeo, tem vez que não dá tempo de treinar, então tem vai na conversa. A motivação dele é muito grande, é um cara que já esteve aqui, ganhou títulos importantes, isso nos faz querer mais.

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