Topo

Roth compara dores no Inter e projeta futuro longe do Brasil

Ricardo Duarte/Internacional
Imagem: Ricardo Duarte/Internacional

24/12/2016 08h05

Se para você os dias 14 de dezembro de 2010 e 11 de dezembro de 2016 são indiferentes, o mesmo não se pode dizer para os torcedores do Internacional. Nas fatídicas datas citadas, o clube sofreu dois de seus maiores golpes na esfera esportiva: derrota para o Mazembe, pelas semifinais do Mundial de Clubes, e a inédita queda à Série B.

Um gaúcho em especial, natural de Caxias do Sul e campeão da Libertadores pelo clube, tem a ingrata marca de ter participado das duas catástrofes. Trata-se do técnico Celso Roth, que fez um balanço ao LANCE! ao comparar os reveses, opinando ainda qual foi o mais doído para ele.

"As duas situações são horríveis. A mais impactante foi a derrota para o Mazembe, pois tivemos participação mais efetiva. Fomos campeões da Libertadores, fizemos um planejamento especial no segundo semestre (de 2010) e uma partida bem interessante contra o Mazembe. No entanto, perdemos em dois contra-ataques, quando deveríamos ter ganho com facilidade. Já a situação do rebaixamento, entramos para reverter uma situação que já estava encaminhada. E falo em reversão por não ter participado da pré-temporada e montagem de elenco", analisou.

Homem de confiança de Fernando Carvalho - que, nesta reta final, exerceu o cargo de vice-presidente do Colorado -, Roth foi demitido restando três rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro. Agora sem emprego, o treinador projetou o futuro, sinalizando para uma possível imersão no mercado alternativo.

"Sempre temos alguma coisa em mente, algumas conversas... O melhor pode acontecer, e provavelmente seja fora do Brasil, o que já aconteceu antes. O mercado alternativo é uma possibilidade, como a China, pois sempre é importante, principalmente pelo lado financeiro - disse o comandante de 59 anos, que já trabalhou no mundo árabe.

À nossa reportagem, Celso Roth, ex-Vasco, Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo e outros gigantes, também comentou sobre o que o torcedor do Inter deve esperar do time na Segundona, em 2017.

"O Inter tem um elenco bastante experiente, com jovens de qualidade, como Aylon, (Gustavo) Ferrareis, Valdivia e Andrigo, que precisando de apoio e estão despontando. É um grupo que tem muito potencial para crescer. A torcida pode ficar tranquila, até pela Série B não ser o bicho-papão que foi criado.

CONFIRA OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA

D'ALESSANDRO

A volta do D'Alessandro é muito importante, pois ele é uma liderança, em todos os aspectos, junto a Ceará e Alex. Ele fez falta depois que saiu, é uma realidade, até por ele sempre ter demonstrado caráter dentro e fora de campo.

RENATO GAÚCHO E ESTUDO

Sabemos o jeitão do Renato de ser e falar (risos). Teve um grande carisma como jogador, e agora como treinador. Ele expressou um sentimento dele, com um toque de afronta aos que dizem que o técnico brasileiro está defasado. Nem o pessoal da Europa sabe tudo, como nem todos os treinador aqui não sabem nada. Temos muita história no mundo. Considero fundamental a integração e a troca de informação, além de estudos para se adaptar a nova realidade. Eu mesmo pretendo me aprofundar assim que possível.