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Esquema do auge em campo: Ceni tende a apostar em três zagueiros

DANIEL TEOBALDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: DANIEL TEOBALDO/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

18/05/2017 07h05

Rogério Ceni chegou a dizer que, em princípio, não adotaria o esquema com três zagueiros. Mas para, enfim, embalar como treinador do São Paulo, ele dá sinais de que pode apostar exatamente nesse posicionamento que marcou sua melhor época como jogador.

Foi com um trio de defensores na sua frente que ele conquistou, como goleiro e capitão, os títulos do Paulista de 2005, com Emerson Leão, a Libertadores e o Mundial de 2005, sob o comando de Paulo Autuori, e o tricampeonato brasileiro entre 2006 e 2008, que tinha Muricy Ramalho como técnico. Na época, Muricy até testou variações, mas a base era com três zagueiros.

Os indícios de que esse posicionamento tão admirado por muitos torcedores tende a se repetir são dados pelas últimas formações. Rogério Ceni escalou a equipe assim no domingo e, apesar da derrota para o Cruzeiro, gostou do que viu e até lamentou ter sido obrigado a desfazer essa tática para buscar o resultado. Além disso, em treino fechado à imprensa na terça-feira, um time só com reservas atuou no 3-6-1.

A explicação para a mudança pode ser o jovem Éder Militão, formado na base e que estreou como profissional no domingo. O jogador de 19 anos atua como zagueiro ou volante, assim como Rodrigo Caio, e tem as características que o técnico crê ser fundamental para escalar três na defesa: velocidade e capacidade de alternar funções dependendo das condições do jogo.

Mas a semelhança com o sistema que lhe rendeu títulos na década passada para por aí. Se Leão, Autuori e Muricy usavam o 3-5-2, Ceni deve usar variações do 3-4-3, como preferem seus principais inspiradores: Jorge Sampaoli, argentino campeão da Copa América de 2015 pelo Chile, e Juan Carlos Osorio, colombiano que comandou Ceni no Tricolor em 2015 e que tem essa formação como ideal, mas pouco a usou no Brasil por falta de tempo para adaptação.

Contra o Cruzeiro, o próprio técnico disse ter usado o 3-4-2-1 e, como o treino de terça-feira foi fechado, não foi possível aos jornalistas detectar os detalhes do 3-6-1 com reservas. Mas é bem provável que, a partir da reapresentação do elenco nesta quinta-feira, após um dia de folga, também em movimentação sem a presença da imprensa, o trio de zagueiros seja testado com os titulares. Pode ser, enfim, a solução para proteger a defesa sem perder a força ofensiva.

O São Paulo volta a entrar em campo na segunda-feira, às 20 horas (de Brasília), no Morumbi, para enfrentar o Avaí, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.