Topo

Palmeiras tem R$ 56 milhões de superávit, e dívida com Paulo Nobre cai

Paulo Nobre é ex-presidente do Palmeiras - Cesar Greco/Fotoarena
Paulo Nobre é ex-presidente do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Fotoarena

27/12/2017 07h00

O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Palmeiras aprovou na última semana as contas de novembro, que demonstraram um superávit de R$ 5,132 milhões no mês, e de R$ 56 milhões levando em conta o ano todo.

O clube já tem R$ 492 milhões em receitas no período avaliado pelo COF e chegará a R$ 500 milhões em arrecadações quando for avaliado o balancete de dezembro. Isto, porém, acontecerá só depois do fechamento do mês, em 2018.

Os seguidos anos de boa saúde financeira influenciaram, também, o patrimônio líquido do clube, que agora é positivo - este valor equivale à diferença entre o ativo (bens e direitos) e passivo (obrigações ou dívidas) e é acumulativo, ou seja, tem influência de diretorias passadas.

Paulo Nobre assumiu com um déficit grande neste quesito e vinha o diminuindo. Ainda assim, no fim do mandato do ex-presidente o valor ainda era de R$ 28 milhões negativo. Com o superávit de 2017, o patrimônio líquido já é de cerca de R$ 28 milhões positivos.

Nobre ainda é o maior credor palmeirense, mas a expectativa é de que a dívida com ele seja quitada até o primeiro semestre de 2018. Em novembro, o ex-presidente recebeu do Verdão cerca de R$ 3,6 milhões, e o valor da dívida com ele no momento está em R$ 22,2 milhões. A quantia começou a ser paga em 2014, e o valor inicial era de R$ 146 milhões.

Os pagamentos eram feitos por meio de dois fundos bancários, e um já foi totalmente quitado, em abril, de R$ 43 milhões. O que resta é da primeira parte da dívida, inicialmente de R$ 103 milhões - o Verdão paga mensalmente 10% de sua renda bruta para amortizar.

No último ano de gestão, Paulo Nobre gastou mais R$ 14 milhões para contratar Mina e Roger Guedes. Tal valor não entra neste pagamento; a operação é semelhante às contratações com aporte da Crefisa: se vendê-los, ele é, no máximo, ressarcido com o valor investido. A diferença é que, assim como nas outras duas operações que envolvem o dirigente, há o acréscimo de juros - até 1% ao mês, taxa considerada baixíssima no mercado. Os investimentos da patrocinadora não têm correção.

A dívida com Nobre começou em quase R$ 200 milhões, mas já tinha sido diminuída em outros R$ 43 milhões ainda na sua gestão, quando o clube lhe passou os direitos econômicos de Leandro (vendido agora em dezembro ao Kashima Antlers, do Japão), Mendieta (já vendido), Cristaldo (já vendido), Allione, Mouche e Tobio, todos contratados graças ao seu dinheiro. Os R$ 146 milhões restaram após isso.

Esses atletas foram registrados em nome de uma empresa parceira de Paulo Nobre, e o ex-mandatário vai recuperando o que investiu à medida em que eles são negociados. Mina e Guedes não entram no bolo, pois quando chegaram já não era mais possível registrar jogadores em nome de empresas, mas o mecanismo para pagamento é parecido.

A primeira previsão era de que a dívida com o ex-presidente fosse quitada em dez anos, mas isto acontecerá bem antes graças ao aumento de receitas do Verdão. Maurício Galiotte tem como meta entregar o Palmeiras sem dívidas ao fim de seu mandato, em dezembro de 2018, e isto inclui, portanto, os débitos com Nobre.