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Jogador do Estanciano diz que foi procurado para receber suborno na Copinha

Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

11/01/2018 12h38

As acusações de suborno nas partidas que o Estanciano disputou na Copa São Paulo de Futebol Júnior ganharam nesta quinta-feira um novo desdobramento. Em entrevista à EPTV, afiliada da Rede Globo, o atacante Daniel detalhou que foi um dos atletas que receberam ofertas dos aliciadores, supostamente empresários ligados a empresários chineses:

"A gente estava no hotel e soube que dois empresários queriam falar com a gente. Descemos, entramos no carro e começamos a conversar. Eles disseram que tinham proposta do time da China, que levariam a gente para lá. Mas em um momento começou a falar de pagamento para entregar o jogo. Nesse momento, comecei a gravar. É um momento difícil, dá um aperto na gente, que fica com medo, e fica ruim para o clube também."

O camisa 9 do clube sergipano afirmou que os dois aliciadores se diziam empresários, e um dava o nome de Tiago. A ele e aos atletas Caio e Tiago supostamente foram oferecidas quantias para que a equipe sofresse derrota para a Itapirense. Ainda haveria uma bonificação:

"Eles comentaram que dariam o dinheiro na nossa mão antes ou depois do jogo. Eram R$ 2 mil para perder. Se fizesse pênalti, davam mais R$ 500. Em nenhum momento chegamos a pensar em aceitar. Ficamos com medo. Pegamos a gravação e passamos para os nossos responsáveis."

Daniel lamentou a situação da equipe, que se despediu com três derrotas da competição no Grupo 19. A última derrota ocorreu na última quarta-feira, por 2 a 0, para o Volta Redonda:

"Não é coisa de gente honesta. O Estanciano é um clube carente, que necessita de ajuda, mas em nenhum momento precisamos disso para mostrar futebol. Temos meninos que estão sonhando e trabalhamos com honestidade e humildade", concluiu Daniel.

Além da oferta aos jogadores, há acusações de que o técnico Ricardo Ricardo Pereira receberia R$ 7 mil, e o Estanciano embolsaria R$ 30 mil. Diretor de futebol do clube, Janílton Oliveira, o "China", rechaçou a hipótese de que a equipe tenha aceitado o suborno:

"Nosso time nunca entregou e nunca entregaria comigo no comando. Até tem um áudio meu gravado, que se existisse a possibilidade de isso aconteceria, a equipe abandonaria a partida, receberia punição e explicaria o motivo. A dignidade do homem não se compra com cinco, sete ou 15 mil reais."

O dirigente ainda afirmou que os aliciadores deixaram a cidade de Itapira após o episódio envolvendo Ricardo Oliveira. O técnico entregou o cargo depois do primeiro jogo da Copinha.

"Eles disseram que eram cariocas e representavam um grupo chinês. Primeiro se apresentaram como empresários, depois, com os atletas, admitiram que trabalhavam com apostas, que todo mundo ganhava dinheiro e que era interessante eles fazerem também. É uma situação que precisa ser apurada pelos órgãos competentes."

Sidney Araújo se licenciou do cargo, negando as acusações de ter participado do suborno.