Topo

Flu tem mais de R$ 10 mi bloqueados pela Justiça por venda de Richarlison

Carl Recine/Action Images via Reuters
Imagem: Carl Recine/Action Images via Reuters

10/01/2019 12h42

A venda de Richarlison para a Europa ainda rende disputas judiciais no Brasil. Na última quarta-feira (9), o juiz Carlos Magno Telles, da Vara Única da Comarca de Águia Branca, do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJ-ES), penhorou R$ 10.540.074,28 do Fluminense e bloqueou a transferência de atletas nos sistemas de Gestão CBF e Fifa TMS - o que impede registro e venda de jogadores -, até o cumprimento integral da obrigação de pagar a dívida em questão.

Leia também:

A ação foi movida pelo Real Noroeste Capixaba Futebol Clube pela negociação de Richarlison pelo Fluminense ao Watford, da Inglaterra, e depois ao Everton, do mesmo país.

O valor é referente a R$ 6.080.074,28, montante ainda não depositado pelo Fluminense, corrigido até 4 de dezembro do último ano, bem como o valor de R$ 4.460, referente ao percentual de 20% da nova venda do atleta para o Everton, calculado sob o montante que o Tricolor recebeu do percentual que o mesmo manteve.

O LANCE! conversou com o advogado Maylton Quedevez, que representa o Real Noroeste, e ele explicou o caso que chegou em uma medida mais drástica.

"O Fluminense está se esquivando de todas as formas de pagar este valor remanescente. Acionamos a Justiça para receber este valor. Por istom o juiz deferiu o que pedimos. O Fluminense não quer tentar nenhum acordo para acertar por uma solução. O atleta foi vendido mais uma vez para o Everton, o Fluminense já levou mais R$ 17 milhões... O América-MG já pediu bloqueio em Belo Horizonte de valores em questão do caso também. Fizemos um pedido mais drástico para ver se impulsiona o Fluminense a pagar", afirmou.

No texto da decisão, o juiz deferiu todos os pedidos do autor da ação, "em face do reiterado descumprimento da ordem judicial do depósito do valor correspondente a 20% da negociação do atleta Richarlison de Andrade". O Banco Central do Brasil, em Brasília (DF), foi oficiado para que "identifique qualquer transferência que tenha como destinatário o Fluminense, oriundo do exterior e imediatamente bloqueie e transfira para conta a disposição" do TJ-ES. O Fluminense pode recorrer em instâncias superiores.

Além disto, foi expedido ofício para o Banco Bradesco, agência das Laranjeiras, para que bloqueie e mantenha bloqueada, exceto para os recebimentos, a conta corrente de titularidade do Fluminense Football Club, determinando que bloqueie crédito de qualquer quantia até valor total da penhora e, caso seja efetivado o bloqueio, que transfira o valor bloqueado para uma conta judicial do TJ-ES. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também foram oficiadas a bloquear qualquer crédito a favor do Fluminense, até o limite do total penhorado.

Richarlison começou nas categorias de base justamente do Real Noroeste, passando também pela base do América-MG, fazendo com que ficassem como clubes formadores. O Fluminense contratou o jogador em 2016 e o vendeu vez ao Watford, em 2017, por 12,5 milhões de euros (cerca de R$ 53,2 milhões na cotação atual). No ano passado, ele foi vendido ao Everton por 45 milhões de libras (R$ 212,3 milhões).