Para Daiane dos Santos, suspensão por doping foi "pior do que lesão"
A ginasta Daiane dos Santos encerrou sua suspensão de cinco meses após ser flagrada no exame antidoping, e voltará a competir. Em entrevista à Folha de S.Paulo, a atleta do Pinheiros relata o sofrimento pelo qual passou durante seu gancho, e diz que o tempo que passou fora foi pior do que qualquer contusão.
“Sempre falei que a ginástica iria parar comigo, e nunca eu com ela. “Tive minha carreira toda posta à prova no caso do doping. Passei a depender do julgamento das pessoas. Isso é pior do que qualquer lesão”, disse a ginasta.
“Não precisei de psicólogo. Mas chorei e vivi os piores momentos da minha vida”, comentou. Segundo a atleta, a família e o namorado, o lutador de MMA Jadson Costa, foram fundamentais para superar o momento difícil.
Daiane foi flagrada com a substância diurética furosemida, que lhe foi administrada em tratamento estético. A atleta foi interrogada por seis horas no último mês de dezembro na sede da Federação Internacional de Ginástica, e recebeu pena mínima.
“Não foi para ter vantagem esportiva. Foi quando não estava gostando do meu corpo e não podia atuar devido à cirurgia”, explicou. A ginasta se recuperava na época de operação para alinhamento ósseo, realizada no final de 2008.
O período sem competições acabou sendo positivo para Daiane, que convive com problemas físicos desde 2008. A atleta, que pretende se aposentar nas Olimpíadas de Londres, em 2012, luta agora para voltar à seleção brasileira.
“Ela é capaz de fazer hoje coisas que não conseguia, em movimentos de flexão e força no joelho. Se houve uma coisa boa no doping, foi o tempo que ela teve para se recuperar”, afirmou o médico do Pinheiros, Wagner Castropil, à Folha de S.Paulo.
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