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Zanetti é prata em sua 1ª derrota desde ouro olímpico; Diego é bronze

Do UOL, em São Paulo

11/10/2014 08h43

Acabou o domínio do campeão olímpico Arthur Zanetti na prova das argolas. Na madrugada deste sábado, o brasileiro foi derrotado pela primeira vez desde a medalha de ouro dos Jogos de Londres, em 2012, no seu aparelho preferido. No Mundial de Nanning, da China, ele viu Yang Liu, empurrado pela torcida, ser campeão, com 15,933. Arthur fez 15,733. Quem também subiu ao pódio foi Diego Hypolito: ele terminou com a medalha de bronze no solo, sua quinta conquista em Mundiais.

A derrota de Zanetti estava sendo construída desde antes do Mundial. Primeiro, novas regras da ginástica fizeram com que ele tirasse da sua série o elemento que inventou (o Zanetti consistia em duas paradas em prancha, uma abaixo do nível das argolas, outra acima), para manter a nova exigência de movimentação constante. Depois, vieram as exigências dos juízes durante o campeonato, com descontos maiores do que os ginastas viam anteriormente por imperfeições na execução de movimentos. Para terminar, a torcida chinesa fez a diferença, como já tinha acontecido na final por equipes, em que uma nota altíssima no último aparelho deu o título aos donos da casa.

"Eu sempre espero o melhor resultado, que é o ouro, mas eu sei que em competição tudo por acontecer. É difícil, o chinês é um bom atleta e competiu em casa, o que aumenta ainda mais a dificuldade. Mas a medalha foi importante e agora é treinar para fazer as demais competições que virão pela frente", disse Arthur, confirmando a mudança de conduta dos árbitros. "O errinho que antes era penalizado com um décimo agora tem desconto de três. Mas nessa edição, mesmo se eu cravasse na saída, não ganharia o ouro. Era para ser a prata".

Se a prata de Zanetti não foi exatamente o que o Brasil esperava, o bronze de Diego Hypolito foi uma surpresa ainda maior, mas positiva. Após os Jogos de Londres-2012, a carreira do ginasta sofreu alguns problemas. No ano passado, por exemplo, ele foi demitido do Flamengo (ao lado de toda a equipe de alto rendimento), teve depressão e ficou sem clube até fechar com São Bernardo, no início desta temporada.

Além disso, ele nem mesmo iria disputar o Mundial da China. Inicialmente, ele foi escalado como segundo reserva do time brasileiro e só faria parte da aclimatação do time no Japão. Mas duas lesões fizeram com que ele entrasse em cena. E mostrasse que estava de volta à elite.

Na final do solo, marcou 15,700 pontos. A nota deixou o brasileiro atrás apenas do russo Denis Abliazin, com 15,750, e do japonês Kenzo Shirai, com 15,733. “Eu estou muito satisfeito. Esse é o dia mais feliz da minha vida, já que eu não imaginava que estaria em uma final desse Mundial. Era reserva até duas horas antes da competição. Então, tenho uma gratidão sem tamanho por todas as pessoas que acreditaram em mim. Essa medalha vale mais do que uma de ouro", comemorou.

Assim como Diego, Fernando Lopes, um dos técnicos da equipe masculina, está bastante contente com o resultado. Para ele, a regularidade do ginasta fez toda a diferença na competição. "Final tem toda uma pressão psicológica, mas o Diego soube lidar bem com isso. Ele não fez uma série tão boa quanto na classificatória, mas conseguiu ser regular durante toda a competição e esse foi o grande diferencial. Ele está muito feliz e eu também".

O Brasil tem mais um ginasta ainda para competir na China. Na madrugada de domingo, Sergio Sasaki vai disputar a final do salto.