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Campeã olímpica fechou acordo milionário para não revelar abuso, diz jornal

McKayla Maroney é quem acusa o médico Lawrence "Larry" Nassar de abuso - John Thys/AFP
McKayla Maroney é quem acusa o médico Lawrence "Larry" Nassar de abuso Imagem: John Thys/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/12/2017 11h37

Mais um bombástico elemento foi adicionado ao escândalo de abuso sexual dentro da equipe feminina de ginástica dos Estados Unidos. A ex-campeã olímpica McKayla Maroney teria sido coagida a assinar um contrato de confiabilidade para não tornar pública a agressão que sofreu do médico da federação americana de ginástica, Larry Nassar.

A denúncia foi feita pelos advogados de Maroney na última quarta-feira, em um tribunal de Los Angeles, onde a ex-ginasta processa Nassar, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos e a federação de ginástica do país. O valor do contrato de confiabilidade não foi revelado, mas a edição desta quinta-feira do "The Wall Street Journal" informa que a cifra é de US$ 1,25 milhão.

Em outubro passado, Maroney veio a público para denunciar que Larry Nassar a molestou desde os 13 anos dentro da equipe nacional de ginástica. Segundo relatos da atleta, campeã olímpica por equipe em Londres-2012, os abusos do médico continuaram até a sua aposentadoria, em 2016. 

Uma série de atletas que passaram pela equipe feminina de ginástica dos Estados Unidos também já denunciou os atos de Larry Nassar. Em novembro passado, após admitir culpa perante um tribunal americano, o médico foi condenado a 60 anos de prisão por abusos sexuais e pedofilia. 

Em nota divulgada na última quarta-feira, a federação americana de ginástica manifestou que apoia a iniciativa de atletas em denúncia aos abusos sexuais de Nassar. No entanto, a entidade lamentou a acusação de Maroney dirigida à instituição.

"Embora a federação americana de ginástica esteja desapontada com a acusação de hoje, nós aplaudimos McKayla e outros que falam contra comportamentos abusivos – incluindo os atos desprezíveis de Larry Nassar. Queremos trabalhar juntos para ajudar a encorajar e empoderar atletas a falar contra o abuso", manifestou a entidade.