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Nory poupa amiga Biles; caso de abusos serve de alerta, diz Hypólito

Daniele Hypolito em ação na Olimpíada do Rio de Janeiro - Lars Baron/Getty Images
Daniele Hypolito em ação na Olimpíada do Rio de Janeiro Imagem: Lars Baron/Getty Images

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

10/02/2018 07h39

As revelações de abuso por parte do médico Larry Nassar a centenas de atletas de ginástica artística, inclusive com integrantes da seleção dos Estados Unidos, repercutiu entre os atletas brasileiros da modalidade. A reportagem do UOL Esporte conversou com dois nomes importantes do esporte no Brasil, que abordaram o assunto de maneiras distintas.

Enquanto Daniele Hypólito valorizou a coragem das atletas de tornar público um trauma para denunciar o médico, que assumiu os abusos, Arthur Nory preferiu se resguardar. Amigo de Simone Biles, dona de quatro medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e que se revelou como uma das vítimas de Nassar, o ginasta brasileiro evita o assunto como forma de blindar a americana.

"É muita pressão em cima dela. Não cheguei a falar sobre o assunto, pois é muito chato. Passar por uma situação dessa, complicado. Sou muito otimista e muito para cima, e é isso que falo com ela. A Simone Biles está voltando agora a competir, e falo isso com ela. Sempre falo de maneira positiva com ela", contou Nory à reportagem.

Tanto o ginasta quanto Daniele Hypólito afirmam desconhecer casos de abusos dentro da ginástica brasileira. Fã das colegas americanas, a atleta brasileira espera que a ação das americanas encoraje vítimas a tomarem medidas para diminuir cada vez mais casos semelhantes ao de Larry Nassar.

"Sabemos que muitas pessoas passam por isso e não têm a Justiça ao seu favor; muitas vezes ficam com medo de denunciar, pois vão falar que você está mentindo. É orientar mais as pessoas, mais as crianças, para não chegarem nesta situação. Isso tem que ser falado, porque pode acontecer com qualquer um", alertou Hypólito, sempre exaltando a postura das americanas.

"São medalhistas olímpicas e passaram por uma coisa desta! É incrível como elas tiveram sangue frio de passarem por isso e ainda representaram lindamente o país (...). Serve de lição para a gente abrir os olhos, porque isso acontece mais perto do que a gente imagina. Isso acontece no dia a dia, não só no esporte", completou a ginasta brasileira.

Arthur Nory segue em recuperação de uma cirurgia no ombro direito e tem o Mundial de outubro. Assim como o ginasta, Daniele Hypólito, aos 33 anos, mira o evento do segundo semestre como grande objetivo do ano. Em Doha, sede da competição, as primeiras vagas nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 vão ser distribuídas.