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Brasil atropela a Costa do Marfim e fica perto de fazer história no Mundial feminino de handebol

Duda tenta escapar da marcação da Costa do Marfim na vitória brasileira nesta segunda - Fabio Braga/Folhapress
Duda tenta escapar da marcação da Costa do Marfim na vitória brasileira nesta segunda Imagem: Fabio Braga/Folhapress

Luiz Paulo Montes

Em São Paulo

12/12/2011 21h26

A seleção brasileira feminina de handebol está a um passo de seu melhor resultado na história dos Campeonatos Mundiais. Nesta segunda-feira, em jogo válido pelas oitavas de final do torneio jogado em São Paulo, o time venceu com tranquilidade a Costa do Marfim por 35 a 22 e garantiu-se na próxima fase. É a primeira vez que o Brasil irá jogar as quartas de final.  Para isso, contou com grande atuação de Alexandra, que fez dez gols em 14 tentativas e foi eleita a melhor em quadra. No último segundo, a goleira Babi mais uma vez, como contra a Tunísia, fez um gol de sua área. No entanto, não foi validado.

O próximo adversário da equipe comandada pelo dinamarquês Morten Soubak será a Espanha, na quarta-feira, às 20h (de Brasília). Antes do Mundial, em amistosos preparativos, a seleção brasileira venceu as europeias por 28 a 24. Caso consiga ir à semi, ao menos um quarto lugar já estará garantido. Até hoje, o melhor resultado é o sétimo lugar, em 2005, quando o torneio ainda não tinha o formato de mata-mata. 

Apesar da teórica superioridade brasileira, o time começou mal a partida. Mesmo assim, graças a Alexandra, conseguiu ficar na frente do placar. Dos seis primeiros gols da seleção, cinco foram marcados pela ponta direita. As africanas, sem pressão, conseguiram dificultar um pouco na primeira metade do tempo. Sofrendo com a marcação forte da Costa do Marfim e com alguns erros no ataque, o Brasil não conseguia se distanciar no marcador. 

"DINAMARQUÊS-BAIANO", TÉCNICO VÊ BRASIL PRONTO PARA MEDALHA

  • Gabriel Inamine/Divulgação

    Um dinamarquês-baiano. É assim que Morten Soubak, técnico da seleção feminina de handebol do Brasil, se define. Em sua segunda passagem pelo país, que já dura seis anos (dois no comando do time nacional), ele vive seu principal desafio neste mês: conduzir as brasileiras a um inédito pódio no Mundial. E ele vê o time pronto para isso.

A partir dos 16 minutos, no entanto, o favoritismo nacional passou a fazer diferença. Duda e Fernanda cresceram na partida e, juntamente com Alexandra,  ajudaram o Brasil a abrir vantagem. Nos dois minutos finais, o time fez quatro gols e foi para o vestiário vencendo com tranquilidade por 15 a 8. No primeiro tempo, o maior susto ficou por conta de uma bola na cara que a goleira Chana tomou. Logo em seguida, porém, ela voltou para a quadra e tranquilizou os torcedores. 

No segundo tempo, as brasileiras voltaram dispostas a liquidar a partida logo de cara. Nos primeiros cinco minutos, conseguiram abrir ainda mais no placar e chegaram a ter 11 gols de vantagem. Aos poucos, o ritmo foi caindo, e o time passou a desperdiçar algumas claras oportunidades de marcar - foram três bolas na trave na etapa. A tranquilidade foi tamanha que Morten Soubak colocou a equipe reserva em quadra a partir dos 13 minutos, para dar ritmo de jogo.

As suplentes conseguiram administrar a boa vantagem construída pelas companheiras e ainda contaram com a expulsão de uma marfinense a sete minutos do fim. Com uma a mais em quadra, as rivais sequer esboçaram algum tipo de reação, e demonstraram conformismo com a derrota. 

No fim, o Brasil apenas trocou passes durante alguns momentos, apenas aguardando o fim da partida, para delírio dos 4 mil torcedores presentes no Ibirapuera.