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Caçula da seleção 'festeja' baixa estatura e sofre no handebol nacional

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

26/12/2013 06h00

Apesar de ter só 20 anos, Deborah Hannah foi uma das protagonistas da seleção brasileira na decisão do Mundial de handebol contra a Sérvia. Caçula do elenco, a atleta foi decisiva ao marcar o 21º gol da equipe quando o duelo estava igualado em 20 a 20 e restava dois minutos para o fim da partida.

E um gol dessa importância foi feito por uma atleta de apenas 1,58m, diante de rivais muito maiores – uma delas, inclusive, conhecida como “Mamute” por seu porte físico bastante avantajado. Hannah não se intimidou. E até comemora o fato de ser tão pequena.

“Eu não sofro não, até prefiro na verdade. Por ser menor, tenho muito mais agilidade e habilidade. Claro que não consigo chutar de fora, mas chuto de apoio, sou muito mais rápida, consigo fintar, driblar. É bom, tenho muitas vantagens”, declarou a atleta,

O gol decisivo na final, aliás, teve muito da agilidade da central. Com a bola pelo lado esquerdo, ela foi rápida o suficiente para driblar uma adversária e arremessar ao gol, colocando o time nacional à frente e perto da conquista.

“Foi um gol importante, tenho consciência. Por incrível que pareça, foi o jogo que entrei mais calma. Eu estava muito concentrada no que eu tinha de fazer, no ataque e na defesa, e a pressão da torcida não incomodou.  Foquei nisso e esqueci que tinha gente lá”, disse.

Hannah é uma das quatro atletas campeãs mundiais que ainda atua no handebol brasileiro e sofre com a falta de estrutura e apoio na Liga Nacional. A competição, por exemplo, por falta de planejamento, começou atrasada e foi disputada em só dois meses – setembro a novembro.

Natural de Pernambuco, a central atua na Metodista, de São Bernardo, mas começa a atrair os olhares de equipes europeias. Ela, inclusive, confirmou que tem o desejo de ir para o exterior, mas evitou falar em um prazo concreto. Questionada se em dois ou três anos, deu a entender que a saída deve ocorrer até mais rapidamente, mas evitou dar prazos em respeito ao clube.

“Não adianta eu falar, vou deixar acontecer. Acho que deve ser antes (de dois ou três anos). A visibilidade aumentou sim”, completou Deborah, uma das apostas do dinamarquês Morten Soubak, que comanda o time desde 2009.

Por conta do calendário conturbado, a jogadora não pode nem terminar a disputa do Campeonato Paulista pelo time do ABC, já que a competição se encerrou no meio de dezembro, quando ela já estava com a seleção brasileira na Sérvia, disputando o Mundial.