Topo

Holyfield diz desconhecer possível rival Zumbano, mas aprova lutar no Brasil

Holyfield acerta Frans Botha em luta recente; aos 48 anos, sonho é ter mais um cinturão - Ethan Miller/Getty Images/AFP
Holyfield acerta Frans Botha em luta recente; aos 48 anos, sonho é ter mais um cinturão Imagem: Ethan Miller/Getty Images/AFP

Maurício Dehò

Em São Paulo

19/09/2011 07h00

O peso pesado brasileiro Raphael Zumbano negocia desde 2010 um combate contra o lendário Evander Holyfield, tentando trazer o ex-campeão dos pesos pesados para um duelo no Brasil. Segundo o norte-americano, realmente existem conversas para tentar concretizar o confronto e, apesar de ele não conhecer o oponente como lutador, Holyfield considera vir ao Brasil uma boa oportunidade em sua carreira.

HOLYFIELD QUER AJUDAR XARÁ BAIANO

O ex-pugilista Reginaldo Holyfield passou por maus bocados na última semana, em uma nobre tentativa de salvar duas sobrinhas de um incêndio na casa em que a família mora, em Salvador. Internado com graves queimaduras, ele recebeu uma notícia que, se não ameniza as da recuperação, anima o ex-atleta para tentar reestruturar sua vida: o xará Evander Holyfield está disposto a ajudá-lo a passar por esta situação. LEIA A MATÉRIA

“Eu não conheço Raphael. É claro que ouvi falar dele, mas nunca o vi lutar”, afirmou ao UOL Esporte Holyfield, que ainda não tem compromissos para este fim de ano e vem de vitória contra Brian Nielsen no mês de maio. Aos 48 anos, ele segue tendo como meta um título mundial, mas sofre na mesa de negociações com os irmãos Klitschko, que dominam a categoria. Enquanto isso, o veterano segue entrando no ringue.

“Me contaram que é possível que ocorra essa luta. Eu, na verdade, adoraria ir para o Brasil enfrentá-lo. A parte final da minha carreira tem me dado a oportunidade de ver outras partes do mundo, e tem sido bastante divertido”, completou o texano, sobre os combates com Nielsen, na Dinamarca, e as derrotas para Nikolay Valuev, na Suíça, e Sultan Ibragimov, na Rússia.

Holyfield teve chances de voltar a ser campeão contra Valuev e Ibragimov, mas perdeu ambas as lutas por pontos. Agora, resta uma chance contra Vitali ou Wladimir Klitschko, que detém os quatro cinturões mais importantes do boxe - Vitali tem um e o irmão ostenta três títulos.

Zumbano mostra confiança em fechar luta, mas compete com proposta milionária

  • Divulgação

    Trazer Evander Holyfield para uma luta no Brasil não é uma tarefa fácil, mas o peso pesado brasileiro Raphael Zumbano segue na briga para conseguir. Agora empresariado por Ricardo Maldonado, a luta é contra uma proposta milionária. “O pessoal do Alexander Povetkin está oferecendo entre US$ 4 e 5 milhões de bolsa para o Holyfield, então fica difícil. Mas o meu empresário está correndo com isso nos EUA, e eu no Brasil”, afirmou Zumbano, que tem acordo verbal com um canal da TV aberta.

    O lutador, a princípio, tentava uma bolsa de US$ 1 milhão para o norte-americano, mas tenta aumentar a proposta. Raphael Zumbano se encontra em mais uma fase de treinos em Las Vegas, para aumentar sua experiência, em um cartel de 31 vitórias, quatro derrotas e um empate.

Agora, a especulação - que o lutador confirma apenas como rumor - é de o próximo combate seja contra Alexander Povetkin, detentor de um título menor da Associação Mundial de Boxe. O titular do cinturão da AMB é o caçula Wladimir.

Questionado se não é hora de os Klitschko darem o braço a torcer, Holyfield confirmou que seria bom enfim enfrentar um deles.

“Eu acho que é importante eles me enfrentarem. Tudo bem, eles são os melhores do momento. Mas eu ainda estou no jogo”, afirmou ele, paciente com as longas negociatas entre empresários. “Faz parte da nossa vida. Eu aprendi que você precisa passar por isso. Meu papel é lutar. Antigamente diziam que eu era pequeno para vencer nos pesados. Hoje, sou o lutador com o maior número de títulos.”

“Por outro lado, eu entendo um pouco. Quando eu era mais novo, não queria enfrentar George Foreman. Não queria machucá-lo. Preferia enfrentar o Tyson. Mas meu empresário me dizia que o trabalho dele era fazer com que ganhássemos dinheiro. E explicou que eu tinha de fazer aquelas lutas para chegar no melhor momento possível para enfrentar Tyson”, concluiu.