Cardíaco, lutador de taekwondo morto em Marília não treinava há dois anos

Vinícius Segalla

Em São Paulo

  • Arquivo familiar

    O jovem Murilo Penitente teve um mal súbito após passar mal durante aquecimento para o treino

    O jovem Murilo Penitente teve um mal súbito após passar mal durante aquecimento para o treino

O comerciário Murilo Penitente, 20 anos, morto nesta segunda-feira à noite durante uma aula de taekwondo na cidade de Marília, no oeste do estado de São Paulo, não praticava o esporte há dois anos, desde que exames cardiológicos indicaram que ele tinha um sopro no coração, e que não deveria praticar atividades físicas. O rapaz, que lutava desde os 11 anos, fez um novo check-up recentemente, que apontou uma recuperação em seu quadro e a possibilidade de voltar a treinar.

De acordo com Paulo Sganzella, gerente de esportes do Yara Clube de Marília, onde Penitente morreu, o jovem voltou ao clube na própria segunda-feira dizendo estar novamente apto a treinar. Assim, teve início a parte de alongamento e aquecimento do treino. "20 minutos depois, ele se disse cansado, e parou para beber água", conta Sganzella. Penitente resolveu não voltar ao treinamento, pois o cansaço não passava.

Em um dado momento, o jovem teve um mal súbito e caiu no chão batendo a parte frontal do rosto diretamente no tatame. "Na hora o rosto dele ficou muito machucado, com sangramento no supercílio, então as pessoas presentes no treino rapidamente perceberam e foram tentar ajudar", continua o gerente de esporte.

Entre os alunos presentes, havia um residente em medicina, que tomou as rédeas da situação, fazendo massagem cardíaca. Outro aluno, ao mesmo tempo, ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Este demorou 30 minutos para chegar ao local e, quando o fez, encontrou Penitente morto. "Mas eles (profissionais do Samu) ficaram orientado as pessoas que tentavam reanima-lo. Infelizmente, de nada adiantou", afirma Valquíria Benete, tia de Penitente, que morava com ele.

Segundo ela, o jovem não fumava, não bebia, não usava drogas ilícitas e tinha uma alimentação saudável.  A família não culpa os médicos nem o clube. "Ele ia começar de leve os treinamentos, era vontade dele, mas estava na sua hora", disse a tia. Além de trabalhar em uma loja de Marília, Penitente estava estudando para prestar vestibular no fim deste ano. Morando com os avós, o rapaz tinha também dois irmãos mais velhos. "Para os meus pais (avós de Murilo), é como se tivessem perdido um filho", finalizou Valquíria.

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