Jiu-jitsu ganha espaço entre as mulheres e vira ferramenta de defesa pessoal nas ruas
O jiu-jitsu já foi conhecido como a arte marcial dos ‘pitboys’ que saíam nas ruas para brigar. Agora, começa a vencer o preconceito. A modalidade vem ganhando espaço entre as mulheres e passou a ser uma ferramenta importante, curiosamente, contra a própria violência.
O jiu-jitsu vem sendo usada em aulas de defesa pessoal. Nada de chutes, socos ou pontapés. Elas aprendem a como explorar o ponto fraco do agressor para sair de uma situação de risco e escapar do criminoso.
Mestre Rocian Grace posa ao lado da aluna faixa roxa, Sarah Frota, após aula de defesa pessoal
O mestre Rocian Grace, membro da família Grace, ministra cursos de defesa pessoal em sua academia e deu aulas na feira Brazil Sports Show, na última quinta-feira, em São Paulo.
Ele observa um interesse grande do público feminino e um retorno muito positivo de quem faz o curso. Segundo ele, apenas o aumento da auto-estima e da confiança já ajudam a prevenir ações de criminosos.
“O criminoso quer uma presa fácil, que dê pouco trabalho. Se ele percebe que a mulher não está com medo, está atenta e preparada, ele próprio já parte para outra”, conta.
São vários os casos de mulheres que se interessam pelo esporte e continuam praticando após o curso. E ele afirma que o aprendizado delas é mais rápido que o dos homens.
“O ego da mulher é menor. Ela já entra sabendo que vai perder. O homem não. Ele não aceita perder. Então ele precisa aprender a técnica e a lutar contra o próprio ego”, conta.
A esposa de Rocian, Roberta, começou a praticar o jiu-jitsu há poucos meses e já vê uma evolução no seu condicionamento físico. Ela também considera uma importante ferramenta de defesa.
“Acho muito útil para a segurança, acho que pode ser usado até contra a violência doméstica. Uma amiga minha aplicou o golpe e o assaltante bateu com a nuca no meio-fio. Ele se machucou muito e depois ainda quis processá-la. Então tem até que tomar cuidado também”, contou.
Rocian explica que o lema do jiu-jitsu é o mais fraco se defender do mais forte. Dessa forma, é possível usar a força do adversário contra ele mesmo usando o princípio da alavanca, o mesmo dos estudos da Física. A pessoa precisa ter raciocínio rápido para perceber o ponto fraco do oponente.
Sarah Frota adotou o jiu-jitsu como hobby há cinco anos e hoje é faixa roxa e campeã paulista da modalidade. Ela diz que precisou vencer o preconceito, mas hoje já existem várias mulheres que aderirem ao esporte.
“Comecei como um hobby para aumentar hábitos saudáveis. Para a mulher é muito bom porque gasta muita caloria, de 500 a 1000. A questão da segurança tambpem é importante porque a mulher é sempre mais fraca que o homem, então não adianta dar uma porrada no bandido porque ele sempre vai ganhar. Mas se você quebrar o braço dele, como ele faz?”, conta ela. Sarah, no entanto, lembra que o ideal é não reagir em um assalto, principalmente se o agressor estiver armado.
Seja o primeiro a comentar
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.