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"Amo o Brasil, mas se tiver de incitar um país para ter a revanche, vou fazer", diz Chael

"Amo o Brasil, mas se tiver de incitar um país para ter a revanche, vou fazer", diz Chael

06/10/2011 - 06h00

Sonnen diz amar Brasil e ter casa no Rio, mas cutuca Anderson: 'sou palmeirense'

Maurício Dehò
Em Houston (EUA)

Chael Sonnen é odiado pelos brasileiros, a ponto de ter vetada sua vinda ao país pelos organizadores do UFC Rio, em agosto, para não gerar tumultos com a torcida. Não é para menos, após o falastrão lutador detonar Anderson Silva, Vitor Belfort e Wanderlei Silva, entre outros. Voltando de doping (foi flagrado em agosto de 2010 e teve a pena reduzida - de 1 ano para seis meses - por justificar o alto nível de testosterona por conta de um tratamento contra o hipergonadismo) neste sábado, no UFC 136, o norte-americano falou com o UOL Esporte em Houston e, com um discurso dúbio, disse que apenas fala o que pensa, mas também entregou que há uma boa dose de marketing em suas polêmicas, justificando a intriga com o Brasil.

O norte-americano, que diz ter uma casa de férias no Rio, admitiu que suas palavras contra os brasileiros são uma forma exclusiva de conseguir uma revanche com Anderson. “Amo o Brasil, mas se eu tiver que incitar uma cidade ou um país inteiro para que ele lute, eu o farei”, esclareceu, em um momento de fala aparentemente verdadeira, no meio de declarações polêmicas e um tanto duvidosas.

Contundente e hábil com as palavras – como se vê em suas coletivas – Sonnen recebeu a reportagem em uma sala nobre do Toyota Center, casa do Houston Rockets, da NBA, onde enfrenta o compatriota Brian Stann. Salientando olhar nos olhos de seus entrevistadores, afirmou que apenas é honesto em suas palavras, “esquecendo” todo o marketing sobre uma luta com o Aranha.

A briga com Anderson, inclusive, ganhou novo capítulo. Agora está até no futebol. Ao ficar sabendo por integrantes da imprensa brasileira que o Palmeiras é o arquirrival do Corinthians, que patrocina Anderson, é claro que Sonnen não perdeu tempo e rapidamente se assumiu como mais novo torcedor alviverde. Confira a entrevista, em que ele abandonou a frieza das últimas semanas e voltou ao ataque:

Chael, você chegou um pouco menos controverso a este combate, sem tantas declarações polêmicas como se espera. Foi algo planejado?
Eu lido com todas as pessoas da mesma forma. Respondo às perguntas da forma mais honesta que posso. Se eu não achasse as coisas que falo, simplesmente não diria. Eu não paro para pensar nisso, não são coisas manufaturadas. Olho o entrevistador nos olhos e respondo o que sinto. Não construo conflitos, não minto que tenho um problema com Brian Stann, se não tenho. Eu também não vou mentir que não tenho um problema com Anderson Silva ou quem quer que seja, se é claro que tenho.

Mas você fez grandes críticas em relação ao Brasil há pouco tempo. Foi tudo real?
Eu amo o Brasil, é um país ótimo. Eu tenho uma casa de férias no Rio, que visito a cada seis meses. Eu só podia comprar uma casa em um lugar do mundo, e escolhi o Brasil! Mas, ao mesmo tempo, é o que digo: se você quer fazer uma omelete, precisa quebrar alguns ovos. Eu vejo uma nação inteira apoiando um cara que para mim não passa de um covarde, que fugiu de mim por seis anos e ainda está fugindo. Vou continuar provocando, e não vou me desculpar por isso.

Você está falando de Anderson Silva?
Anderson diz que quer as maiores lutas, mas não há nenhuma tão grande como esta revanche. E ele não a quer. Eu peço por esta luta todos os dias. Não é diferente do que era quando eu ainda era criança: quando alguém fala certas coisas de você, resolve-se em uma luta. E ele não quer. Se eu tiver que incitar uma cidade ou um país inteiro para que ele lute, eu o farei.

E sobre os outros lutadores que você costuma bater boca via imprensa e Twitter, como os brasileiros Vitor Belfort e Wanderlei Silva?
Wanderlei e eu nunca lutaremos. Não tenho essa intenção. Mas deixe me dizer, eu acho interessante que você os chama de lutadores brasileiros. Eles vivem em Las Vegas, falam inglês, colocam seus filhos em nossas escolas e só clamam pelo Brasil quando é conveniente a eles. Então, eu acho isso interessante. Eu fui mais vezes ao Brasil no último ano que eles, gastei mais dinheiro no seu país que eles. Mas, geograficamente é uma pura coincidência que eu troque palavras com estes três caras [Vitor, Wanderlei e Anderson].

Você falou que tem uma casa no Rio. Você vem para treinar ou de férias?
Eu só descanso quando vou ao Brasil, é apenas para as férias. Finjo que sei surfar - mas não sei... Na verdade, eu gosto mesmo é de fazer o “body surfing” [em português, o famoso jacaré, em que se pega a onda sem prancha, apenas se jogando nela]. É divertido, mas não precisa de técnica alguma (risos). Eu moro no Oregon, onde só chove e ninguém surfa, mas adoro ir para o Brasil e fingir que sou um surfista.

Você já assistiu a algum jogo de futebol no Rio? Já adotou um time para torce?
Nunca fui assistir, mas todos me perguntam. Mas o meu time favorito no Brasil é o Palmeiras. Eu ouvi alguma coisa aqui e ali deles e passei a gostar desse time (risos). Diga um alô para eles, por mim! (mais risos)

Falando mais diretamente sobre a luta de sábado, como você está encarando esta volta após mais de um ano, contra um rival duro como Brian Stann?
Não sei descrever a emoção. Em todas as lutas existe uma combinação que vai de medo a ansiedade, de pressão a alívio. Mas é sempre algo único. Na verdade, eu estou encarando neste momento uma outra luta, que é a de sexta-feira, contra a balança. Falo por todos os lutadores, temos sempre de vencer esse desafio. Então, estou sendo egoísta e só penso em mim mesmo, para em seguida focar na luta.

Como foi este período que ficou afastado dos combates. Você ficou parado?
Eu não estava treinando, mas continuei mantendo a minha forma física diariamente. São coisas diferentes. Muita gente entra na academia e acha que está treinando, mas treinar realmente para um combate requer um nível mental e físico totalmente diferente. Você não pode fingir que tem um oponente e uma data, e ir para o tatame deste jeito. Então foi difícil ficar sem isso e depois pular de novo para este mundo para a luta contra Stann. Mas tenho um ótimo time, grandes técnicos e fizemos tudo o que podíamos enquanto eu não podia lutar.

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