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Afegão revela fratura na mão e diz que nocaute em Caveira foi criado nos treinos

Siyar Bahadurzada estreou com nocaute em 42s sobre o brasileiro Paulo Thiago - Divulgação/UFC
Siyar Bahadurzada estreou com nocaute em 42s sobre o brasileiro Paulo Thiago Imagem: Divulgação/UFC

Do UOL, em São Paulo

15/04/2012 06h00

Bastou uma luta, e o afegão Siyar Bahadurzada já pode ser considerado uma sensação do UFC. Além de ser o primeiro lutador da história do Afeganistão no evento, ele estreou com uma vitória em apenas 42 segundos, e contra um rival duro, o brasileiro Paulo Thiago - conhecido por ser um “Caveira” do Bope de Brasília.

Após o combate, Bahadurzada revelou que uma fratura na mão quase o tirou do card deste sábado, na Suécia, e também comentou que o golpe que “apagou” Paulo Thiago foi fruto de muitos treinos, e não um acaso, como pode ter parecido para os espectadores.

“Eu estava muito animado com esta luta, mas quebrei a mão durante um treino, há dez dias desta luta. Já havia quebrado a mão antes, quando lutaria o UFC no Brasil, então não liguei para a lesão e preferi ir para a luta”, explicou ele, que enfrentaria Erick Silva no UFC Rio de janeiro, mas foi substituído devido a lesão.

No octógono, o meio-médio do Afeganistão precisou de pouco para conquistar sua vitória. Em um movimento em que avançou para tentar derrubar o rival, Paulo Thiago acabou recebendo uma direita curta, certeira no queixo. Foi o suficiente para simplesmente “apagar” o brasiliense, encerrando a luta com apenas 42 segundos de relógio rodados.

“Este golpe não é um gancho, não é um upper... Ele não tem um nome, mas é um movimento que eu jogo muito nos treinos e fico feliz que tenha acertado”, explicou ele. O golpe rendeu ao lutador o prêmio de "nocaute" da noite e uma bolada de U$ 50 mil (cerca de R$ 85 mil) de bônus em sua conta bancária.

Bahadurzada mostrou muito respeito em relação ao Caveira. “Eu tenho muita admiração por Paulo Thiago, é um cara que se entrega toda vez que luta. Foi uma honra ser o primeiro cara a nocauteá-lo. Estou muito feliz e com certeza é um grande momento para minha carreira”, adicionou o afegão. Paulo Thiago já tinha três derrotas na carreira anteriormente, mas todas por pontos.

O lutador estreante no Ultimate desde antes da luta vinha falando de seu país. Segundo Bahadurzada, o Afeganistão tem uma imagem negativa no resto do mundo por seus casos com o terrorismo, mas o povo e a cultura locais tem de ser mostrados.

“Essas coisas estão em mim e nunca esquecerei. Mas isso me mudou como pessoa e construiu meu caráter. Eu luto para combater a imagem ruim de meu país e quero ser um exemplo para as crianças afegãs. Quero inspirá-las e mostrar que, se elas tiverem oportunidade, elas têm de dar o máximo para chegarem aonde querem. Esse é meu objetivo”, explicou à revista Fighters Only, antes do combate.

O lutador deixou o país ainda jovem, em direção à Holanda, após ter de conviver com a guerra e andar “entre corpos e pedaços de cadáveres”. Na Europa, ele começou a aprender judô e outras artes marciais, até que estreou no MMA em 2002, construindo um cartel com 21 vitórias, quatro derrotas e um empate. Com o triunfo deste sábado, já são sete vitórias seguidas, sendo as últimas cinco por nocaute.