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Lyoto muda 'habitat' e leva família aos EUA por chacoalhão em treinos para o UFC

Lyoto Machida levanta peso no treino em Los Angeles para enfrentar Ryan Bader - Divulgação/Black House
Lyoto Machida levanta peso no treino em Los Angeles para enfrentar Ryan Bader Imagem: Divulgação/Black House

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

03/08/2012 06h00

+.Ex-campeão dos meio-pesados, categoria considerada uma das mais duras do UFC , Lyoto Machida vem colecionando um misto de sucessos e tropeços nos últimos anos, mas sem perder a posição de prestígio dentro da organização. Prova disso é que ele perdeu para Jon Jones, mas se vencer neste sábado, no UFC on FOX 4, tem chances de garantir nova disputa de cinturão. A aposta para bater o perigoso Ryan Bader foi se dar um chacoalhão e mudar de hábitos na preparação.

Lyoto Machida escolheu a cidade de Los Angeles, palco da luta, para os treinos na consagrada academia Black House. Mas não foi só isso. Ele levou a mulher, os filhos e até o pai, que cuida da maior parte de sua preparação para os combates no UFC quando estão em Belém (PA).

“A preparação foi muito bem, como planejamos. Trouxe para os Estados Unidos a família e toda a equipe, com meu irmão e meu pai chegando depois. Gostei muito, tive a companhia de muitos caras fortes para treinar, como Roger Gracie e Glover Teixeira, que me ajudaram muito”, detalhou Lyoto ao UOL Esporte, falando de Los Angeles por telefone.

Questionado se a mudança de “habitat” às vezes serve como motivação, ele concordou. “Olha, acho que faz diferença, sim. Porque você muda o estímulo. Você está acostumado com algo e muda tudo, passa a treinar com pessoas que não te conhecem. É preciso se adaptar e isso te estimula muito mais.”

Campeão dos meio-pesados em 2009, quando venceu Rashad Evans, Lyoto voltou a disputar o cinturão no fim de 2011. Apesar de ser finalizado por Jon Jones, ele fez frente no primeiro round, na primeira vez que o norte-americano, como campeão, levou uma clara desvantagem - no segundo giro, no entanto, veio a virada, com a vitória do norte-americano. No UFC on FOX 4, neste sábado, os quatro meio-pesados  em ação (Lyoto x Bader e Maurício Shogun x Brandon Vera) disputam uma vaga para desafiar Jones ou Dan Henderson - o cinturão será colocado em jogo em setembro.

“Não estou pensando em cinturão agora. Esta luta é muito importante para mim. O objetivo é fazer uma grande luta e depois ver se voltarei a ter este grande desafio, com calma”, explicou Lyoto, que comentou o duelo com Jones. “Tive grandes momentos naquela luta, mas ele foi superior porque soube mudar a estratégia no meio da luta. Acredito que ninguém seja imbatível. Um bom treinamento e uma boa tática fazem a diferença. Ele é um grande lutador, mas todo mundo pode perder.”

Para enfrentar Ryan Bader, um especialista em wrestling que deve tentar levá-lo para o chão, Lyoto afiou seu jiu-jítsu com Roger Gracie, do clã mais famoso da “arte suave” e um dos melhores nesta especialidade.

“Bader é um cara perigoso, tem uma direita forte, derruba bem. Mas tenho treinado bastante todas as situações. O Roger tem me ajudado muito no chão, o nível dele é acima da média. Em qualquer situação que estiver, estarei tranquilo”, disse o ex-campeão, confiante.

De olho no TUF Brasil 2

Não é só o cinturão que vislumbra Lyoto Machida. Ele sabe que um papel fora do octógono pode lhe dar uma exposição tão importante quanto como campeão. Em abril, ele comentou com o UOL sobre o desejo de ser técnico do The Ultimate Fighter Brasil, ao lado do rival Maurício Shogun - para quem perdeu o título. A vontade permanece.

“O UFC já comentou sobre o segundo TUF no Brasil e, se eu estiver bem qualificado, sei que é uma possibilidade. Até agora não houve nada oficial, mas seria uma coisa muito boa, muito maior, fazer uma terceira luta contra o Shogun com esse contexto”, afirmou o “Dragão”.