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Lutador e técnico de MMA, Renzo Gracie luta com dois ladrões e narra no Twitter

Renzo Gracie tira foto da sua mão, machucada após bater em dois ladrões - Reprodução/Twitter
Renzo Gracie tira foto da sua mão, machucada após bater em dois ladrões Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

07/09/2012 10h39

Um dos mais experientes lutadores e técnicos de MMA do Brasil, Renzo Gracie surpreendeu os fãs ao narrar uma luta em tempo real pelo Twitter.  Até aí tudo bem, visto que isso é muito comum no esporte. No entanto, ele inovou ao relatar instantaneamente uma própria luta sua, contra dois ladrões que o abordaram na última madrugada em Nova York, onde mora.

Gracie contou pelo microblog que voltava para casa a pé, quando notou que estava sendo seguido por dois homens. Então, ele imaginou que sofreria uma tentativa de assalto, e decidiu atrai-los, fingindo que estava bêbado.

“Rua 22 com a 10ª Avenida. Neste momento, dois caras estão me seguindo. Não consigo evitar, estou com um grande sorriso no rosto”, twittou. “Esperando por eles. Será que eles acham mesmo que eu estou bêbado? Eles só podem estar de brincadeira”.

Renzo seguiu seu caminho por mais alguns quarteirões, andando mais devagar e permitindo a aproximação dos dois homens de forma proposital, aguardando ansiosamente o momento em que sofresse a abordagem.

“Rua 25 com a 10ª avenida. Eles estão ficando mais próximos”, contou, seguindo a narração. “Eu parei para tirar uma foto, e eles fingiram que estavam olhando para a janela. Não posso mentir, meu sangue está correndo de um jeito diferente. Cara, como eu sinto falta do Brasil”, bradou.

Em determinado momento, Gracie pediu um instante aos fãs. Depois, voltou a dizer que os homens estavam próximos a ele, e o abordaram pedindo um cigarro. “Não pude ajudar, mas mantive o sorriso no rosto. Não fumo. Fingi cambalear, e eles sorriram”.

  • Divulgação/UFC

    Renzo Gracie, ex-lutador do UFC e do Pride, e também técnico de MMA

No próximo relato de Renzo, então, ele já havia sido abordado. E em vez de se indignar pela tentativa de assalto, ele lamentou não ter alcançado um dos ladrões, que saiu correndo – depois, é claro, de dominar o outro, que ficou no chão e teve um diálogo com o brasileiro.

“Minhas mãos estão doendo... Não posso evitar olhar para ele enquanto o outro sai correndo, não é muito amigo. Frango. Ainda consigo vê-lo, ele olha para trás enquanto corre, sem chance de alcança-lo. Eu percebi o quão lento estava”, contou.

“O outro me pergunta por que fiz isso, fingindo ser idiota. Um pequeno chute na costela o fez chorar e pedir desculpas, enquanto escrevo isso”.

“Perguntei se ele estava querendo me roubar, ele disse que não, que só queria um cigarro. Não posso evitar, mantive o sorriso no rosto, mas com a certeza de que se fosse um homem normal, estaria triste pelos seus objetos roubados. Maldito bicha, chora como uma vadia quando a onda vira”.

“Não pude evitar, tirei uma foto enquanto o seu nariz sangra e ele chora, perguntando por que eu fiz isso. Como se ele não soubesse o motivo”.

“Minhas mãos doem muito, doem como o inferno”.

“Andei por mais duas quadras. O outro cara desapareceu, estou indo para casa. Chateado por não encontrar o segundo cara. Acho que não vou conseguir dormir hoje”.

  • Reprodução/Twitter

    Renzo Gracie tirou foto de um dos ladrões que tentaram assaltá-lo em Nova York

Depois, Renzo continuou andando e acabou encontrando o outro assaltante. E, claro, partiu para cima dele, obtendo sucesso e narrando a segunda parte da sua saga no Twitter.

“Sabia... Yes!”, comemorou, ao encontrar o outro ladrão.

“Há coisas básicas, como não voltar onde o problema estava. Você simplesmente não volta, (mas) eu sabia que ele voltaria, dar uma volta na quadra seria suficiente... Idiota. Eu acabei de dar um estrangulamento no velho estilo, faz muito tempo desde o último que dei... O estrangulei três vezes”.

“E antes de ele acordar, acertei cada olho pelo menos duas vezes. Amanhã ele vai acordar igual um texugo. E em cada vez que ele acordou, eu sussurrei em seus ouvidos: é assim que você se sente quando morre. Não faça isso de novo. Minhas mãos doem, muito”.

“Na próxima vez utilizarei os cotovelos. Cara, como senti falta desse sentimento. Às vezes eu penso se a vida tranquila está me deixando bonzinho... Todos esses anos no Brasil, sem saber se eu conseguiria chegar em casa para contar a história, eu não minto, iria tomar um táxi. Mas não pude evitar, poderia ter tomado um uma milha atrás, mas andar foi a minha opção. Obrigado ao prefeito Giuliani, ninguém carrega armas aqui”.

“Estado bonito, meu dia de sorte, dia de azar deles. Minhas mãos doem  e Frankie Edgar vem aqui às 9h30 da manhã para treinar. Vamos acertar aquele carinha”, finalizou.