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Lyoto prevê ser curinga no UFC e diz que "seria ótimo" enfrentar Sonnen por título se vencer Henderson

Lyoto Machida pode ter sua nova chance pelo cinturão caso vença Dan Henderson sábado - UFC/Divulgação
Lyoto Machida pode ter sua nova chance pelo cinturão caso vença Dan Henderson sábado Imagem: UFC/Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

20/02/2013 06h00

Ex-campeão do UFC, Lyoto Machida mais uma vez está bem posicionado na fila pelo cinturão dos meio-pesados. Neste sábado, no UFC 157, em Anaheim (EUA), ele encara o veterano Dan Henderson, num duelo que pode definir os rumos do topo da categoria. A batalha tem status de evento principal, mesmo com a estreia de Ronda Rousey sendo a última luta da noite.

Ainda que preveja uma dura batalha, o brasileiro já pensa no futuro: o objetivo é o cinturão, seja ele de Jon Jones ou do falastrão Chael Sonnen (eles se enfrentam em abril) e, caso este não seja o destino, flutuar de peso pode virar solução. “O que quero é fazer grandes lutas, isso é o que me move”, explicou ele ao UOL Esporte.

O presidente Dana White já sinalizou que este combate é um dos mais cotados para definir o desafiante ao cinturão, com o sueco Alexander Gustafsson aparecendo na lista do favorito Jon Jones. Foi Jones, por sinal, o último algoz de Lyoto Machida, com uma finalização no UFC 140. Mas não é necessariamente uma revanche que motiva o brasileiro: é o cinturão e as grandes lutas.

“As pessoas perguntam muito sobre mudar de categoria e cinturão. O cinturão é onde todo atleta quer chegar, mas não fico pensando nisso. As coisas são muito imprevisíveis, vimos isso nos últimos meses com o cancelamento do UFC 151. O que quero é fazer grandes lutas, isso é o que me move”, afirma ele, relembrando a polêmica de quando recusou a revanche com Jones, pelo pouco tempo de preparo, em 2012.

No caso do cinturão, a chance poderia vir até mesmo o falastrão do UFC, imagina o brasileiro: “Olha, eu acho que seria ótimo enfrentar o Chael Sonnen. O Sonnen é um grande wrestler, um cara que derruba bem. Me prepararia muito bem para um combate contra ele. Apesar de ser considerado um cara falastrão, ele tem seu ponto forte no octógono. Seria uma grande luta.”

O brasileiro mostra confiança, mas não foge de falar o que faria se perdesse para Henderson. Neste caso, enfim Lyoto deve cumprir um objetivo sempre ventilado, que é de descer para o peso médio. O ex-campeão corta pouco peso para lutar no meio-pesado e teria totais condições de se aventurar na divisão de Anderson Silva. Mais que isso, ele diz que poderia servir como um curinga.

“Descer de categoria é uma opção para mim. Não teria tanta dificuldade e sempre falei que sou um cara que pode transitar tanto no 84 kg qto no 93 kg, desde que eu saiba exatamente quem será, quando, como... Eu poderia lutar de acordo com as oportunidades”, revela.

Preparação para Henderson

Lyoto trocou Belém pelos Estados Unidos em 2012 e mais uma vez realizou sua preparação no exterior. Tudo para encarar um dos lutadores mais perigosos peso por peso no UFC - Henderson tem vitórias até nos pesos pesados, como a contra Fedor Emelianenko no Strikeforce, e vem de triunfo contra Maurício Shogun, numa luta histórica.

“Eu espero encontrar um cara duro, que vem para a luta. Ele é um campeão, busca o nocaute, então fiz o melhor possível nos treinos para estar pronto para esta guerra”, afirmou o ex-campeão dos meio-pesados, que deve apostar nos seus poderosos contra-golpes, como no nocaute impressionante em sua última luta, contra Ryan Bader.

“Pode ser uma vantagem, mas ao mesmo tempo eu não me prendo só nisso. Se for para o chão, também estou pronto. Ele é um lutador de MMA completo, sabemos que troca, derruba e se defende bem”, elogiou ele, que esteve cercado de estrelas na sua preparação, como Roger Gracie e Glover Teixeira. Vídeos do combate contra Shogun ajudaram a analisar o rival. “Essa luta mostra muita coisa, deu para ver muito do jogo. Ele se adapta bem ao adversário e tirei várias coisas do que estudamos.”

Arroz com feijão da esposa facilita adaptação nos EUA

  • A mudança de Lyoto Machida para os Estados Unidos teve como objetivo aumentar a qualidade dos treinos, e o meio-pesado se diz satisfeito. Mas nem tudo é fácil. Com a mulher e os filhos, ele teve de adaptá-los à nova vida. “Não foi muito fácil, a gente sentiu um pouco, porque todos tiveram que se adaptar a mim, como meu filho na escola e as saudades de familiares e amizades”, conta Lyoto, que por outro lado se deu bem na alimentação. “Aqui eu como parecido com o Brasil, minha esposa faz tudo para mim, arroz, feijão... Como muito bem. É diferente do que se pensa, a gente não come só hambúrguer (risos).”