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Por título, Demian reforça ligação com jiu-jítsu: 'quero vencer sem dar soco'

Demian Maia aplica mata-leão em Rick Story durante luta do UFC Rio 3, em outubro de 2012 - Felipe Dana/AP Photo
Demian Maia aplica mata-leão em Rick Story durante luta do UFC Rio 3, em outubro de 2012 Imagem: Felipe Dana/AP Photo

Maurício Dehò

Do UOL, em Fortaleza

13/06/2013 06h00

Demian Maia percorreu um caminho muito comum entre os lutadores, passando de um lutador com grandes resultados no jiu-jítsu para o mundo mais completo das artes marciais mistas. Mesmo passado tanto tempo desde sua estreia no vale-tudo, em 2001, o paulista não quer largar a imagem que o marcou. Muito pelo contrário. Em busca de sua segunda luta por cinturão, agora nos meio-médios, Demian quer é aumentar ainda mais este estigma.

Demian fez a transição da categoria médio, em que disputou o cinturão contra Anderson Silva, para o meio-médio em 2012. Desde então, subiu rapidamente na divisão, com três vitórias, sendo duas por finalização no primeiro assalto e a terceira ficando muito perto de vencer deste mesmo modo o duro Jon Fitch. O próximo combate é contra o duro Josh Koscheck, veterano do TUF 1. E se Demian está com as mãos afiadas, ele não pretende usá-las.

“Para mim, quanto mais estigmatizado melhor. Eu represento o jiu-jítsu e adoro ter esse estigma. A comunidade do jiu-jítsu me valoriza muito e se eu puder não dar um soco na luta, melhor ainda, o importante é a vitória”, afirmou o paulistano, em entrevista ao UOL Esporte.

Contra Koscheck, no entanto, Demian não faz previsões. O oponente é tarimbado no wrestling, mas não gosta de ir para o chão contra rivais de alto nível no jiu-jítsu. “Nunca vou saber antes de ir para a luta, mas consegui fazer isso com o Jon Fitch, que é um cara duríssimo. Vamos ver o que vai acontecer e qual será a estratégia”, analisou ele.

Apesar de já figurar em quinto lugar no ranking dos meio-médios, Demian admite que esperava que sua trilha pelo cinturão fosse até mais rápida.

“Por ter vindo dos médios, disputando o título, eu esperava que se fizesse três boas lutas eu já poderia lutar pelo cinturão, mas não posso reclamar. Tenho que fazer o que o evento manda e, se tudo der certo, vou chegar lá. Minha meta é só ganhar a próxima luta, depois dela traço uma próxima meta”, afirmou ele.

Georges St-Pierre segue como campeão neste peso, e tem luta acertada contra Johny Hendricks. Rory MacDonald figura como um outro nome cotado para lutar pelo cinturão em breve, deixando Demian ainda na espera de passar por mais um combate após Koscheck para atingir seu sonho.

O paulista analisou o duelo entre GSP e Hendricks, e afirmou que será um dos combates mais perigosos para o canadense. “É uma luta difícil para o GSP, a mão dele é muito forte, ele é canhoto. Mas ele é baixo e o St-Pierre controla bem a distância. Então não sei se ele vai conseguir chegar para colocar a mão como gosta.”

Demian já enfrentou o número 1 do ranking peso por peso do UFC, Anderson Silva - foi derrotado em 2010 - e tem a chance de encarar outra lenda, caso tenha GSP pelo caminho. Mas não cria expectativas. “Não posso torcer por ninguém”, disse ele.