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Para técnico de Jones, Lyoto foi rival mais duro e Belfort mudou sua vida

Jorge Corrêa

Do UOL, em Albuquerque (EUA)

04/09/2013 07h05

Jon Jones sempre disse que nunca mais iria enfrentar Lyoto Machida porque foi a luta que lhe rendeu menos dinheiro com a venda de pay-per-view e ninguém quer ver os combates do brasileiro. Mas um dos técnicos do norte-americano deu um novo motivo para essa aversão do campeão dos meio-pesados do UFC.

Líder, ao lado de Greg Jackson, do time de MMA em que Jon Jones treina na cidade de Albuquerque, nos Estados Unidos, Mike Winkeljohn contou ao UOL Esporte que de todas as lutas que o campeão já fez no Ultimate, a mais complicada foi exatamente contra Machida.

“Foi a primeira vez que ele enfrentava um canhoto de alto nível, então era muito difícil de emular uma situação de luta durante os treinos. Também sabíamos do risco que ele corria por conta da capacidade que Lyoto tem de nocautear seus rivais com apenas um golpe”, explicou o técnico de kickboxing de Jones.

Em 10 de dezembro de 2011, Jon Jones enfrentou Lyoto Machida no UFC 140, valendo seu cinturão dos meio-pesados. O brasileiro começou melhor no combate e acertou bons golpes no campeão, no seu melhor estilo de contra-ataque e de bater e sair.

Mas na volta para o round seguinte, Jones conseguiu encaixar sua infalível cotovelada que acabou com o jogo do brasileiro. Então em uma tentativa de defesa de queda de Machida, Jon o pegou em uma guilhotina. Lyoto acabou desmoronando no chão, desacordado, pois não teve nem tempo de bater.

“O tempo de luta de Machida é muito bom. Jon sabia que tinha de usar chutes e fintar chutes para tentar levar a luta para o chão. Era assustador pensar no que ele poderia fazer”, completou Winkeljohn.

Mike ainda lembrou que outro brasileiro que teve importante passagem pela carreira de Jon Jones. Apesar de o campeão ter dominado a luta na maior parte do tempo, Vitor Belfort, no UFC 152 em setembro do ano passado, por muito pouco não finalizou o norte-americano com uma chave de braço.

Para Winkeljohn, aquele golpe que durou quase 30 segundos e rendeu uma grave lesão no cotovelo do campeão, fez Jones mudar muita coisa em seu trabalho, mesmo com a vitória por finalização no quarto round. “Belfort pegou o Jon aquele dia. Bom para ele. Brasileiros são sempre espertos. Caras talentosos sempre ajudam a nos tornar melhores lutadores.”

“Aquela luta fez do Jon Jones um atleta melhor, ele teve de evoluir, preciso trabalhar meus em algumas falhas em seu jogo. Vitor também se tornou um cara melhor depois daquilo. Admito que ele não nos preocupava antes da luta, mas o que vimos naquele golpe foi apavorante. Belfort é um grande lutador e sempre será”, disse Mike, relembrando que depois disso, o campeão passou a treinar jiu-jítsu mais a sério.