Jones enfrenta seu 1º rival "grande" sob a sombra da queda de astros do UFC

O ano de 2013 não está fácil para os grandes campeões do UFC, para aqueles que eram considerados imbatíveis. Primeiro foi Anderson Silva e depois Benson Henderson. E é sob essa sombra que Jon Jones enfrenta Alexander Gustafsson neste sábado, na luta principal do UFC 165, em Toronto.

O campeão dos meio-pesados tentará sua sexta defesa consecutiva do cinturão dos meio-pesados, um recorde para a categoria, sabendo que seus antecessores sofreram derrotas surpreendentes. Anderson vinha de dez defesas seguidas antes de ser nocauteado por Chris Weidman, e Bendo de outras três vitórias até ser finalizado por Anthony Pettis.

Assim como os anteriores, Jones chega como amplo favorito para sua luta, mas esses revezes motivam Gustafsson. Ele assume que viu com bons olhos as derrotas dos ex-campeões dos médios e dos leves. “Não que eu tenha assistido muito a esses combates, mas não tem como negar que me motivaram. Simplesmente porque mostraram que não existe ninguém invencível nesse esporte.”

“Fiz um grande treinamento, com uma ótima equipe, mas não foquei no que ele pode fazer, isso me traria muitos problemas, pensaria apenas nele. Preferi focar no que eu posso fazer, quais ferramentas eu tenho para vencê-lo. O mundo do MMA mais uma vez vai ficar chocado, agora pelas minhas mãos”, completou o sueco.

Não que esse retrospecto afete ou pese sobre os ombros de Jon Jones, mas ele tem outro perigo real para essa luta. Pela primeira vez ele vai fazer uma luta de cinturão contra um rival tão grande quanto ele. O tamanho sempre foi a principal arma do norte-americano em suas lutas, mas se o campeão tem 1,93m de altura e 2,15m de envergadura, Gustafsson vem com 1,96m de altura e 2,00m de envergadura.

Sempre que perguntado sobre essa nova adversidade, o dono do cinturão dos meio-pesados do UFC faz questão de dar de ombro. Para ele, vai pesar mais a técnica e a inteligência na luta do que o tamanho, seja o dele, seja o de Gustafsson. “Eu estudei muito o jogo dele, sei como faz seu boxe, sua movimentação de perna, que é muito boa.”

“Acho que eu levo uma vantagem por saber o que alguém está suscetível a enfrentar quando tem um rival muito muito alto, como eu. Sei qual é o tipo de golpe que é possível entrar e o que fazer para evitar isso. Estou empolgado para poder executar esse tipo de técnica em Gustafsson e fazê-lo sentir muita dor. Não são apenas chutes a longa distância tem muita coisa. Vocês vão ver”, prometeu.

Três brasileiros no card preliminar

A torcida do Brasil tem bons motivos para acompanhar o UFC 165 desde o começo: o país estará representado por três lutadores. O primeiro a entrar no octógono será Michel Trator. Depois de fazer sua estreia no Ultimate em Jaraguá do Sul, em uma polêmica derrota para Paulo Thiago, ele desce para sua categoria de origem e enfrenta o estreante canadense Jesse Ronson nos pesos leves.

Em sua segunda luta também como peso leve, Renée Forte tenta sua segunda vitória consecutiva contra John Makdessi. “Sempre tive a ideia de lutar nessa categoria e acho que fui muito bem. Tenho certeza que vou mostrar a força de Fortaleza e bagunçar os leves do UFC. Acho que é o meu peso certo”, disse.

Já pelos galos, Wilson Reis faz sua estreia no UFC. Era para ele ter enfrentado Hugo Wolverine há duas semanas em Belo Horizonte, mas seu rival se machucou. Porém, em seguida conseguiu essa luta contra o experiente Ivan Menjivar, salvadorenho naturalizado canadense, na penúltima luta do card preliminar.

“É sempre bom ter um adversário famoso. Fiquei triste quando a luta em BH foi cancelada, mas depois deu tudo certo, porque vim para um card maior, um evento melhor, fora do Brasil. Batalhei muito para chegar até aqui e vou sair na porrada e empolgar a torcida”, afirmou o faixa-preta de Roberto Godoi.