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Ex-BBB Zulu diz ter que provar ser lutador de verdade após reality show

Marcelo Gomes, o Zulu, em ação durante os Jogos Pan-Americanos de 2011 - Luis Pires/VIPCOMM
Marcelo Gomes, o Zulu, em ação durante os Jogos Pan-Americanos de 2011 Imagem: Luis Pires/VIPCOMM

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

25/09/2013 06h00

Professor, técnico, atleta de luta olímpica e também competidor de MMA.  Este é Marcelo Santos Martins Gomes, 32 anos. Ainda não sabe quem é? Provavelmente com seu apelido já saberá de quem se trata. “O nome Zulu do Big Brother ficou marcado”, conta.

O competidor é um dos treinadores de wrestling da Academia Chute Boxe, de Curitiba, uma das mais tradicionais do país. Acompanha atletas da equipe em competições e dá assistência a Cristiano Marcello, atleta brasileiro que disputa o UFC.

Zulu tem em seu cartel duas disputas de Jogos Pan-Americanos na luta olímpica, em 2007 e 2011, além de ter disputado oito lutas profissionais no MMA, com sete vitórias e uma derrota. É praticante de jiu-jitsu desde 1996. Mas a marca de ex-BBB, alcunha que ganhou apenas em 2003, faz com que muitos pensem que fez o caminho inverso.

“Eu já desisti de não associar meu nome. Então, bem ou mal, o retorno de imagem foi dado pelo programa. No final ali eu botei na balança, foi bem positivo participar do programa em questão de imagem. O engraçado é que muitos duvidavam que eu era atleta, eu tive que provar isso. Falavam 'ah, ele é BBB, não luta'. Provei o contrário, que eu era um cara que lutava”, comentou.

“E o interessante é que o pessoal na rua, para, olha na minha cara e fala: 'quem é esse cara?'. Ficam me olhando, olhando, olhando...falam 'te conheço, né?'. Eu falo que sou atleta, apareço em programa esportivo, e o cara fica rindo. Uns já sabem e falam 'você é aquele cara do BBB'. Depois de 2007, o pessoal começou a me reconhecer como lutador, foi uma inversão muito grande", continuou.

Zulu sofreu uma lesão no joelho no começo do ano e ficou fora dos treinamentos da seleção brasileira de luta olímpica, fato que o impossibilitou de disputar as competições internacionais da equipe neste ano. O lutador tinha um evento de MMA marcado para o último dia 7 de setembro, mas teve que adiá-lo em função de uma lesão na virilha.

Nas artes marciais mistas, seu cartel é positivo, com sete vitórias e apenas uma derrota. Chegou até a tentar se inscrever para a segunda edição do reality show TUF (The Ultimate Fighter), mas não foi selecionado.

Agora espera fazer um combate ainda neste ano, já que sua última luta foi em 2010. “Acho que consigo fazer uma lutinha até o final do ano. A recuperação está legal, e acho que ainda conseguirei em breve ir para a gaiola.”

Zulu tem duas opções na carreira: tentar se focar somente na luta olímpica para, quem sabe, disputar seus primeiros Jogos Olímpicos, em 2016, ou então buscar o caminho do MMA, que costuma ser mais rentável financeiramente. Ele diz ainda não ter um enfoque único e que vai esperar pelas oportunidades que aparecerem. Mas deixa transparecer que um antigo sonho pode fazer a diferença.

“Nessa correria toda, conciliar MMA e luta olímpica é impossível, conciliar os dois pra 2016 complica. Pra falar a verdade, eu não decidi nada. Vai ter mais duas competições importantes (de luta olímpica), que eu consigo lutar. Vamos ver. Vamos ver pra onde o vento vai soprar e vou tentar acompanhar”, falou, para depois ser questionado qual é o maior sonho como lutador.

“Olimpíada, pode ser. Que se dane o dinheiro, todo o resto. Fui criado com esse sonho, senti um gostinho próximo já. Tenho quatro Jogos Sul-Americanos, dois Jogos Pan-Americanos e Olimpíada zero. Eu encerrando a carreira vou carregar esse mágoa (de não ir a uma edição dos Jogos)”.