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Belfort defende pesagem no dia do evento e lembra susto com pupilo

Vitor e Gilbert Durinho treinando nesta sexta na Blackzilians, em Boca Raton (EUA) - Maurício Dehò/UOL
Vitor e Gilbert Durinho treinando nesta sexta na Blackzilians, em Boca Raton (EUA) Imagem: Maurício Dehò/UOL

Maurício Dehò

Do UOL, em Boca Raton (EUA)

27/09/2013 18h00

A morte do lutador Leandro Caetano, o Feijão, antes da pesagem do Shooto 43, no Rio de Janeiro, causou comoção no MMA. O carioca Vitor Belfort, que se prepara para o UFC Goiânia, em novembro, foi um dos que se espantou com a notícia. O brasileiro defende a pesagem no dia do evento como forma mais saudável e justa, e já passou um susto com um pupilo.

"Sou a favor da pesagem no dia da luta, os lutadores deveriam chegar na arena e se pesar", defendeu Belfort. "E seria o mais justo. Faria as lutas serem entre rivais mais iguais."

Para Belfort, o mais importante é haver profissionais que entendam o processo supervisionando tudo. E, ao sinal do menor problema, o melhor é suspender o processo.

"Esse tipo de coisa aconteceu com a gente aqui recentemente, com o Gilbert Durinho. Ele passou mal e eu logo falei: 'para com o corte'", disse Belfort, quando foi informado do caso de Feijão pela reportagem do UOL Esporte, antes de um treino em Boca  Raton, nos Estados Unidos.

Gilbert Durinho, um dos lutadores que acompanha Belfort em boa parte dos treinos, lutaria contra Paulo Bananada na 7ª edição do Coliseu Extreme Fight. No entanto, teve de parar a desidratação.

"Durante o corte de peso, tive dor nas costas. O pessoal diz que é sinal de que está pegando o rim.  Também desmaiei na sauna, e aí o médico do evento parou o meu corte de peso, e já me colocou no soro", contou Durinho. "Naquela vez, eu estava muito pesado, 14 kg acima do peso. Depois dessa, vou deixar para perder 9, 10 kg no máximo, para não passar por estes problemas."

"É preciso sempre ter alguém supervisionando", adicionou Vitor. "Uma coisa boa do UFC é este acompanhamento médico, com pessoas que entendem disso. Afinal, não é corte de peso, é perda de líquidos, desidratação. Eu procurei muitos profissionais para entender o processo. E cada indivíduo suporta de um jeito. Hoje eu ainda sofro, mas sei exatamente o que estou fazendo".

Vitor Belfort encara Dan Henderson no próximo dia 9 de novembro, em Goiânia, em uma revanche dos tempos de Pride, quando perdeu para o norte-americano.

O caso de Feijão

A morte de Leandro Feijão aconteceu nesta quinta-feira no Rio de Janeiro. Ele lutaria o Shooto 43, no Rio de Janeiro, onde teria Gabriel Brasil como oponente. Ele ainda precisava perder 900 g e fazia sauna para ajudar no processo, mas passou mal.

De acordo com a assessoria de comunicação da secretaria de saúde do Rio de Janeiro, Feijão deu entrada no hospital público de Botafogo na quinta-feira, às 14h50, desacordado, com dificuldades para respirar e sem pulsação. Ele foi entubado e submetido a manobras de ressuscitação, mas faleceu uma hora depois.

Após a morte de Feijão, foi cancelado o evento, que estava programado para esta sexta-feira, no Clube Hebraica. O corpo será enterrado no sábado de manhã, no Rio de Janeiro.

Responsável pela investigação do caso, o delegado do DP de Botafogo, João Ismar, informou ao UOL Esporte que é "prematuro atribuir a morte ao esforço que ele teria feito para perder peso. Precisamos levantar se há um fator histórico, pois não é comum AVC com jovens. O IML está trabalhando para que consigamos mais elementos substanciais que possam esclarecer o caso. A partir daí será instaurada a investigação", declarou o delegado.