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Evento anuncia '1ª luta mista de MMA' entre homem e mulher e gera debate

Cartaz da luta mista anunciada pelo Shooto, em card que será disputado no dia 20 de dezembro - Divulgação
Cartaz da luta mista anunciada pelo Shooto, em card que será disputado no dia 20 de dezembro Imagem: Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

17/12/2013 13h12

Liderado por Dedé Pederneiras, técnico de José Aldo, o Shotoo Brasil anunciou o que diz ser a primeira luta mista de MMA da história. O evento terá um duelo entre homem e mulher e diz querer mostrar que elas já treinam no nível deles, uma inovação que já gera polêmica entre os fãs de lutas.

Os protagonistas do combate serão Emerson Falcão e Juliana Velasquez, que se enfrentam no dia 20 de dezembro, num card que será realizado no Centro Esportivo Mécimo da Silva, no Rio de Janeiro. Uma luta neste estilo já foi realizado no Rio Heroes, mas o evento era clandestino e acontecia numa academia carioca.

“A ideia foi do Andre Pederneiras, dono do evento", afirmou Juliana. "Eles entraram em contato com a Team Nogueira, minha equipe, e eles me indicaram. Estou acostumada a treinar com homem, então não estranho. Fui escolhida porque sou estreante e ele tem só uma luta e encaixou também o porte.”

Eduardo Perdigão, gerente de marketing da Sports Marketing Upper, organizadora do evento, explicou ao UOL Esporte a ideia.

“Na verdade, as mulheres da equipe sempre treinam com os homens, elas treinam diretamente com eles. E a ideia é mostrar que as mulheres estão no mesmo nível deles”, afirmou Perdigão.

Os lutadores se enfrentarão na categoria galo, até 61 kg. Pela equipe Nova União, de Dedé, Emersom mede 1,67 m, dois centímetros a mais que Juliana, representante da Team Nogueira. O cartel dos dois é praticamente de estreante. Ela fará sua primeira luta de MMA e Emersom perdeu na única experiência que teve no ringue.

Sobre as críticas, ela usou o discurso de igualdade. “Tem gente também que é contra o MMA também entre lutadores do mesmo sexo. É a evolução, estou mostrando que mulher não é sexo frágil. Ele vai encarar a luta como eu encaro, uma luta normal, são dois profissionais e os dois querem ganhar. Não quero perder essa luta por nada. Vai encarar com seriedade como eu,  não tem como levar na brincadeira.”

Juliana veio do judô e recentemente passou a lutar MMA. Ela é formada em Educação Física e trabalha como personal trainer, mas tem deixado o trabalho de lado para se dedicar à carreira no MMA.

Questionado sobre possíveis polêmicas com a decisão de realizar esta luta mista, principalmente caso Emersom vença Juliana, Perdigão explicou que eles buscaram escolher lutadores que se equiparassem fisicamente e nos cartéis.

“A gente não sabe o que vai acontecer. Ela é estreante, boa no jiu-jítsu e vem treinando muay thai... São praticamente dois estreantes, a gente simplesmente não sabe como será”, completou.

No Brasil, não há apenas uma entidade que regulamente eventos de MMA. Cada evento se filia a uma das várias confederações ou comissões criadas. No caso do Shooto, é a Confederação Brasileira de Mixed Martial Arts.

Em contato com o UOL Esporte, a Comissão Atlética Brasileira de MMA, que parceira do UFC no Brasil, preferiu não se pronunciar, por não ter o Shooto como um de seus eventos.

Polêmica

O anúncio feito pela página oficial do Shooto no Facebook não foi bem recebido por boa parte dos seguidores. Muitos comentaram contrariamente à luta entre homem e mulher, se opondo à experiência.

Confira alguns comentários:

Vinicius Vinao: isso é mentira duas academia top fazendo essa palhaçada ... Tá de brincadeira, nem vou assistir essa m...

Marcos José Lemos Silva: Eu fico imaginando o cara depois da luta: se ganhou ganhou de uma mulher, se perdeu apanhou de uma mulher

Rodrigo Silva: Aposto que a luta é "arrumadinho" só para fazer história no esporte.

Catarina Santos: Oxi, qual o problema? Tão achando que a mulher não se garante não é? Que machismo ein caras? Que mimimi mais sem noção.

Alisson Machado: Pode ser um meio de evolução no esporte...

Diego Louzada: Essa luta não pode acontecer... a Confederação não pode deixar isso ocorrer