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Decisão de Belfort tem contradição, teoria da conspiração e teste obscuro

Do UOL, em São Paulo

01/03/2014 06h00

Vitor Belfort e o TRT marcaram o noticiário da última sexta-feira envolvendo o UFC. E depois de o brasileiro se ver obrigado a deixar a luta contra Chris Weidman por conta da proibição do tratamento de reposição hormonal, o que ficou no ar foi uma série de conjecturas e possibilidades. Da contradição no discurso do próprio carioca a teorias conspiratórias, um teste antidoping surpresa feito pelo lutador não deve ver a luz do dia.

Devido à decisão da Comissão Atlética de Nevada de proibir total e imediatamente o tratamento de reposição de testosterona no MMA, o que foi seguido pelo UFC, Belfort decidiu não entrar com o pedido de licença para lutar no estado – e portanto na cidade de Las Vegas, local do UFC 173. No fim das contas, foi por sequer poder lutar em Las Vegas que ele acabou deixando o combate contra Chris Weidman.

O antidoping surpresa

De acordo com o site MMA Fighting, o fato de Belfort não ter entrado com o pedido de licença faz com que um teste antidoping feito de surpresa não tenha seu resultado liberado.

Vitor foi chamado a um exame surpresa no dia 7 de fevereiro, em Las Vegas, quando esteve na cidade para comparecer ao MMA Awards, o “Oscar do MMA” realizado pela revista Fighters Only.

Segundo o site, os resultados são conhecidos e até já teriam sido informados para o UFC e para a própria equipe de Vitor Belfort. Mas, como o lutador sequer vai lutar no estado, a comissão não tem liberdade para divulgar se eles vieram limpos ou se acusam positivo para alguma substância proibida. O UFC e a equipe de Vitor também não devem se pronunciar sobre isso, e o advogado de Belfort declarou ao MMAWeekly.com que a divulgação do resultado é irrelevante.

A teoria da conspiração

O tal antidoping pode, é claro, tanto ter algum resultado polêmico, quanto pode ter voltado sem qualquer indicação de uso de substâncias ilícitas. Mas a falta de um posicionamento criou rapidamente entre os internautas teorias da conspiração. A mais completa delas surgiu no perfil do Twitter FrontRowBrian, um perfil apócrifo, mas influente no meio do MMA em relação a informações de bastidores.

Veja a linha de raciocínio usada - salientando novamente que é apenas uma teoria: Vitor teria sido flagrado neste teste. O UFC, aproveitando sua desaprovação em relação ao TRT, teria pedido à comissão atlética de Nevada para banir a terapia. E já teria pedido a Vitor para não pedir a licença no estado – já que ele não teria tempo para ficar limpo dos traços de testosterona. Sem resultados oficiais, o brasileiro não seria suspenso.

O UFC venceria ao enfim conseguir a proibição do TRT e ainda evitaria que Vitor, pego em um teste antidoping em Nevada em 2006, fosse flagrado e julgado como reincidente, o que rende penas muito maiores. Ele ainda questiona: se o problema com Belfort era tempo, porque não apenas adiar para julho ou agosto o combate com Weidman?

É bom salientar que não há indícios oficiais confirmando tal teoria.

A contradição

Outro ponto que se gerou dúvidas foi quanto à posição de Vitor Belfort em relação à decisão de deixar o card. Afinal: foi ele quem decidiu não pedir a licença para lutar? Ou foi o UFC quem, direta ou indiretamente, o tirou do card?

A primeira notícia sobre a mudança na luta principal do UFC 173 veio de um noticiário da FOX Sports. O canal transmite o Ultimate nos EUA e, portanto, é ligado diretamente à direção organização. Na matéria veiculada, uma frase é atribuída a Vitor, que teria dito que “Dado ao tempo restrito até a luta em maio, eu resolvi não entrar com pedido para lutar em Nevada desta vez.”

De acordo com o jornalista do USA Today Marc Raimondi, o UFC afirmou que esta frase foi passada pela equipe de Vitor Belfort.

No entanto, no começo da tarde de sexta-feira Vitor Belfort divulgou uma mensagem em seu Facebook e por meio de sua assessoria de imprensa informando que não desistiu da luta, mas que foi obrigado a desistir. Seu texto permite uma dupla-interpretação, mas tira dos ombros do lutador carioca a decisão de ter deixado o card.

Os fatos são, por enquanto, que Vitor realmente terá de aguardar para ter a sonhada chance de lutar pelo cinturão. Lyoto Machida foi anunciado como seu substituto para encarar Chris Weidman na luta principal do UFC 173, tendo a chance de conquistar seu segundo cinturão em categorias diferentes do UFC – um feito raro. Já Vitor, segundo seu comunicado, enfrenta em seguida o vencedor deste duelo.