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Campeão do TUF volta após cirurgias e revela 'pé de coelho' para UFC Natal

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

21/03/2014 12h00

De zebra na final a campeão do TUF, foi preciso menos de dez minutos. Mas, desde que faturou o reality show do UFC, Léo Santos encarou um longo retiro dos octógonos, que só será interrompido neste domingo, depois de nove meses fora de ação. O carioca de 34 anos luta em Natal contra Norman Parke, com a crença de que o período de recuperação e descanso recarregaram suas baterias e a ajuda de um amuleto que é para poucos.

Ao vencer Patolino na decisão do TUF, Léo Santos pulou o octógono e foi comemorar no meio da galera. Seu alvo foi outro lutador famoso por quebrar o protocolo do UFC: José Aldo, seu companheiro de treinos na academia Nova União. E a expectativa é de que o manauara possa celebrar mais um triunfo ao lado do peso leve.

Questionado se Aldo vai para Natal, como o fez em Fortaleza em junho do ano passado, Léo confirmou. “Ele vai sim. Tem que ir, vai ser meu pé de coelho”, disse o carioca, relembrando o choro de ambos no momento da conquista o TUF em 2013.

Léo e Aldo são dois dos pupilos de mais longa data do técnico Dedé Pederneiras, quando a academia era conhecida só pelo jiu-jítsu e ainda tinha apenas um tatame, um saco de pancadas e as corridas eram na rua. Aldo foi para o MMA primeiro, e depois Léo Santos também trocou uma carreira de “fenômeno” na arte suave para tentar chegar ao octógono do UFC.

Sobre a parceria com Dedé, que é técnico não só de Aldo, mas do detentor do cinturão dos galos Renan Barão e do campeão do Bellator Dudu Dantas, Léo explica:

“Dá certo porque ele é um cara justo, não puxa a sardinha pra ninguém, nem pro iniciante. Acho que isso faz as pessoas confiarem nele. Se ele promete, cumpre ou fala que não vai dar. Ele não te enrola”, afirmou Léo, destacando o papel importante da confiança para um lutador.

Adeus lesões

A disputa do TUF é muito intensa, com lutas próximas umas das outras e isso gerou um desgaste grande em Léo. Além de tudo, ele competiu com rivais mais pesados que o usual, no meio-médio. Depois do título, o carioca decidiu pelo retorno à categoria leve e aproveitou para colocar a saúde em dia.

“Eu estava com três lesões: uma na mão, rompi o ligamento posterior do joelho e o nariz já estava quebrado. Então precisava me recuperar de tudo isso e fiquei uns quatro meses parado. Mas estou me sentindo bem, estou animadão. Foi até bom descansar o corpo, me deu mais vontade de treinar e lutar.”

Léo, que tem um perfil franzino, admite que se descuidou um pouco. Chegou a bater na casa dos 90 kg e no começo da preparação teve de fazer um intensivo para voltar aos 82 kg, mais próximo dos 70 kg que terá de mostrar na pesagem.

Mais leve, ele espera também estar ágil para fugir do jogo mais focado na trocação de Norman Parke. O lutador da Irlanda do Norte tem um cartel de 19 vitórias e duas derrotas e vem de nove triunfos seguidos, três deles no UFC.

Sobre a idade avançada para sua jornada, aos 34 anos, o carioca diz que isso não é problema. “Cada um tem seu tempo. Não tem uma idade para se entrar e o auge do atleta é a partir dos 30 e poucos anos. São poucos campeões novos. Eu me cuido, sempre treinei, então vai ser bem a tranquilo quanto a isso”, concluiu Léo Santos.