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Vocalista do CPM 22 perde 10 kg com ajuda de lutador brasileiro do UFC

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

27/03/2014 06h00

Badauí tem um estilo cheio de energia e mostra isso no palco, liderando os shows do CPM 22 com performances frenéticas. Mas os 38 anos de idade estavam começando a pesar para o ídolo do punk rock, que já teve aulas de judô, surfou, andou de skate e jogou bola. O mundo deu suas voltas e, após uma fase sedentária, o vocalista descobriu há seis meses o muay thai, passando de um mero fã de UFC a um "rato de academia". "Não posso mais parar", diria uma de suas letras, sobre o novo vício. E ele não apenas não parou, como também já perdeu dez quilos saindo na mão diariamente.

Tudo aconteceu pela amizade com o lutador revelação do UFC Lucas Mineiro. A parceria nasceu em um  restaurante e levou Badauí a encontrar seu lado “porradeiro” e ainda a fazer do CPM 22 um patrocinador do jovem atleta.

Fã de lutas, Badauí começou a treinar muay thai no fim de 2013 por influência de Mineiro e de outros amigos da equipe Chute Boxe de São Paulo - que conta com outro astro da música no MMA profissional: Bruno, do KLB. Os lutadores frequentam o restaurante e bar Cão Véio, que fica na mesma rua de uma das academias onde Mineiro dá aulas e treina, e ganham um apoio com a alimentação. O vocalista, que é um dos sócios, ficou amigo deles e acabou cedendo aos convites para participar de um treino.

“Eu sou ‘adrenado’, tenho energia pra caramba. Um dia vim treinar aqui. Estava dez quilos mais gordo e morri no gás, mas vi que o negócio era da hora. Já estou há seis meses treinando todo dia. Foi só questão de vir um dia e já está na veia”, conta Badauí, que fez judô como garoto, mas havia permanecido só como apreciador de lutas, assistindo ao boxe na década de 1990 e ao UFC mais recentemente.

“Eu sempre fiz esporte, andei de skate, joguei bola, peguei onda. Mas se você não tem disciplina fica preguiçoso. Eu estava dez quilos acima do meu peso, e comecei a pensar: estou numa idade em que começa a ficar difícil de perder. Não é só a estética, é saúde mesmo. Achei um esporte que vencesse minha preguiça”, explica.

Mineiro é um dos professores de Badauí, ajudando na preparação física e passando as técnicas de muay thai. E diz que o vocalista é um dos mais talentosos novatos da academia.

“Ele está treinando aqui há seis meses e parece que está há três, quatro anos. É um cara humilde, dedicado, educado. Ele está muito avançado, mais do que qualquer aluno daqui. O intuito dele não é ser lutador, é fazer por esporte, mas ele gosta de sair na mão mesmo”, opina o lutador do UFC, que tem duas vitórias e uma derrota na organização.

Se depender do professor, Badauí vai trocar porrada pra valer em pouco tempo. Mineiro quer colocar o vocalista para se testar em lutas internas. “Vou colocar ele para lutar, daqui a uns dois ou três meses. Vai sair na mão sim, porque eu sei que ele quer”, diz Mineiro. O aluno, que já está com 38 anos, é bem mais modesto:

“A gente já sai na mão no treino, né? Tem treino de sparring, não tem jeito, é um esporte de contato. Os caras têm ideia de me botar para lutar internamente. Vamos ver o que vai acontecer. Estou treinando há seis meses só. Espera mais uns seis meses, um aninho, e já vou estar pronto pra sair na mão.”

CPM 22 com Mineiro no UFC

 

Enquanto Badauí segue com seus treinos de muay thai, é o CPM quem entra de cabeça no MMA. É que todo este relacionamento com a Chute Boxe e com Lucas Mineiro resultou na ideia de o grupo patrocinar o jovem de 25 anos, que terá o logotipo da banda em seu uniforme e já escolheu a música com que entrará no octógono.

Mineiro está se recuperando de uma contusão – quebrou um dedo do pé – e ainda aguarda para saber quando volta a lutar. O certo é que, quando deixar o vestiário, a música “Tarde de Outubro” vai embalar sua entrada, colocando o punk rock no lugar do sertanejo que costumava escolher para este momento.

“Essa música me dá motivação para entrar lá e nocautear”, diz Mineiro, que costuma preferir o sertanejo, mas tem dado uma chance ao rock. A opção foi em conjunto com o Badauí. “É uma música que todo mundo sabe que é do CPM. Ela não tem introdução grande, já entra logo a voz e dá tempo de entrar o refrão, que é o essencial. É uma grande oportunidade de divulgar a banda para o mundo.”

Badauí já pensa em tomar aulas também de jiu-jítsu, mas não deve ser seguido pelos companheiros de CPM 22 nesta vida treinando lutas. “O Luciano, guitarrista, gosta de lutas. Mas para eles é complicado, eles não podem se machucar. Eu posso  cantar de olho roxo (risos). Já para o Japinha (baterista) o negócio é futebol mesmo.”