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Barão ganha menos que rival sem cinturão e pede aumento no UFC

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

22/04/2014 06h00

O UFC é constantemente bombardeado de críticas por conta do quanto paga aos seus lutadores em bolsas. Principalmente na comparação com o boxe, as bolsas dos maiores nomes do MMA não chegam aos pés de astros como Manny Pacquiao e Floyd Mayweather. O que dizer então de jovens campeões como Renan Barão. O problema do potiguar, detentor do cinturão dos galos do Ultimate, é que dentro da organização a disparidade ainda é grande entre lutadores mais jovens e mais velhos. E, claro, ele está de olho em quando vai poder “chorar” um aumento.

Barão conquistou o cinturão interino dos galos em 2012, foi oficializado como campeão titular no começo de 2014, mas mesmo tendo feito sua primeira defesa de cinturão com sucesso, ainda está engatinhando para chegar ao nível de nomes como Jon Jones e do companheiro José Aldo.

E não pense que é só choro do potiguar. A crítica de Barão é tendo em comparação seus ganhos e os de um rival que ele já derrotou duas vezes e que nunca foi campeão do UFC: Urijah Faber. Na revanche entre eles, na luta principal do UFC 169, o norte-americano faturou US$ 100 mil. O brasileiro tinha previsto ganhar cerca de um décimo disso: US$ 11 mil. Com a vitória, a diferença diminuiu já que sua premiação dobrou para US$ 22 mil.

“Estou muito feliz de ser campeão no UFC. Mas eu gostaria que melhorasse meu contrato. Na verdade, um exemplo: sei que o Faber é um cara mais antigo, mas ele nem é o campeão, e tem uma bolsa muito melhor que a minha lá dentro do UFC”, disse Renan Barão, ao UOL Esporte. Barão está invicto no UFC, em sete lutas. Faber, ex-campeão do WEC, lutou nove vezes no Ultimate e venceu seis vezes.

O problema do potiguar é que ele ainda tem três lutas em seu contrato. Se não existe previsão de aumento nas cláusulas atuais, só na negociação de uma renovação as cifras devem mudar.

O que ele espera é que a organização veja em seu trabalho e no seu esforço o merecimento para ser valorizado. Até por estar “salvando” um card com sua participação no UFC 173, em 24 de maio.

“Faz parte, estamos trabalhando para que isso melhore. Espero que depois dessa luta possa vir um contrato bem melhor. Tomara que melhore a cada dia. Isso é do contrato, mas espero que eles lembrem que salvei um evento”, adicionou o sorridente Barão, que defende seu cinturão contra TJ Dillashaw. Eles fazem a luta principal em Las Vegas, em um card que tinha prevista a luta do campeão dos médios Chris Weidman – primeiramente contra Vitor Belfort e depois contra Lyoto Machida e agora adiada para o UFC 175.

“Eu prefiro até descansar mais um pouco, mas como o UFC precisou do meu trabalho, estou aí para salvar o evento. Infelizmente o Weidman se machucou, então me chamaram e eu aceitei.
É sempre bom lutar esses eventos grandes, fiquei muito feliz.”

Vale lembrar que o UFC dá bônus em dinheiro aos lutadores do melhor combate da noite e para as duas melhores performances do evento – geralmente nocaute e/ou finalização -. Então, Barão sempre concorre a uma melhora considerável no pagamento, já que o bônus é de US$ 50 mil. É importante frisar também que o valor da bolsa divulgado pelas comissões atléticas não conta ganhos com patrocinadores e outras fontes de renda dos lutadores.

Pode provocar, Dillashaw

Barão é um cara calmo e sorridente. E enquanto muitos rivais preferem entrar na provocação no período pré-luta, o potiguar responde com bom humor, mas sem se curvar.

“Falar até papagaio fala”, brinca Barão, sobre o desafiante dizer que é um “melhor atleta” que o brasileiro. “Quem tem boca fala o que quer. No dia da luta, quando trancar a porta, somos só eu e ele. Quem fala demais tem que fazer demais.”

Sobre o combate, Barão admite que mais uma vez terá de vir com alguma “carta na manga”.

“Já assisti algumas lutas dele, sei que é duro e vem de grandes vitórias. Eu vi que ele tem um bom wrestling, está melhorando a cada luta na parte em pé. Eu jogo no ponto fraco do lutador, então estamos montando uma estratégia e também em sentir a luta para jogar no erro dele.