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Barão revela que não estava 100% em 1ª luta e promete retomar título do UFC

Camila Mamede

Do UOL, em São Paulo

17/07/2014 12h00

O brasileiro Renan Barão chegou a ser o lutador com a maior invencibilidade no UFC: acumulou 32 vitórias durante quase nove anos. Nesse período, conquistou o cinturão interino dos galos do UFC, defendeu esse título duas vezes e foi confirmado como o campeão linear, após o então dono do título Dominick Cruz se lesionar mais uma vez e não poder enfrentá-lo.

Porém, na segunda defesa do título unificado, Barão perdeu o cinturão para o norte-americano T. J. Dillashaw, que o derrotou após um nocaute técnico e uma atuação convincente e surpreendente, no UFC 173, no dia 24 de maio deste ano. Dillashaw era então o quarto no ranking da categoria, e só conquistou a chance de disputar o título porque Raphael Assunção, o próximo adversário na fila, estava lesionado.

O brasileiro afirmou ao UOL Esporte que não estava totalmente preparado para a luta, para a qual foi convocado com pouco tempo de antecedência. “Eu não estava no meu melhor, nos meus 100%. Fui chamado um pouco em cima, tive só um mês de preparação”, explicou. “Ele também estava no dia dele, mas desde o começo eu não estava bem preparado como estou agora”, afirmou.

Menos de dois meses depois da derrota, Barão já está focado na revanche, e garantiu: “A história agora vai ser diferente”. O brasileiro acredita que terá tempo suficiente para se preparar dessa vez. “Com certeza. Estou doido para fazer essa luta nova, tenho treinado bastante. Estou zerado e quero lutar logo”, disse. O brasileiro não adiantou sua estratégia, apenas que será agressivo. Já Dillashaw prometeu novidades e quer ditar o ritmo do combate: “Definitivamente, vou mudar meu jogo e surpreendê-lo novamente. Quero melhorar a cada luta”.

O reencontro de Barão com Dillashaw, marcado para o UFC 177, no dia 30 de agosto, será na casa do inimigo, em Sacramento, nos Estados Unidos, cidade da equipe do norte-americano, a Team Alpha Male. Mas Barão afirma que o local não importa, e inclusive vai motivá-lo: “Gosto de lutar no campo do adversário mesmo. Não estou preocupado com isso, e sim em fazer o meu trabalho e voltar para a casa com o cinturão”.

Já Dillashaw acredita que Sacramento vai fortalecê-lo. Além de ser a base da Team Alpha Male, a cidade está a cerca de 150 km de distância de Sonora, onde Dillashaw nasceu. “Vai me ajudar muito ter na multidão gente da minha cidade natal, família, amigos”, acredita. Sacramento recebeu outro evento do UFC há menos de um ano, quando Joseph Benavidez, companheiro de equipe de Dillashaw, disputou e perdeu o cinturão dos moscas de Demetrious Johnson.

Na ocasião, quatro atletas da Team Alpha Male lutaram, apoiados pela torcida, e a equipe teve 50% de aproveitamento: vitórias do líder Urijah Faber e de Chad Mendes, próximo desafiante ao cinturão dos penas de José Aldo; e derrotas de Benavidez e Danny Castillo. Dillashaw não lutou, mas lembra bem da ocasião. “Acho que o apoio vai ser o mesmo, além do fato de que agora eu sou o campeão, na minha cidade. Imagino que cada um de lá vai estar torcendo”, acredita.

A Team Alpha Male e a Nova União, equipe de Barão, têm se tornado rivais, já que ambas têm lutadores de categorias leves, que têm se enfrentado constantemente. Barão, por exemplo, conquistou o cinturão interino dos galos após derrotar Urijah Faber, líder do time norte-americano, e ainda o venceu mais uma vez, na primeira defesa do título unificado.

Chad Mendes, próximo adversário de José Aldo, afirmou nesta semana que o brasileiro usa drogas para melhorar a performance. Tanto Barão como Dillashaw não quiseram aumentar a polêmica. “Eu e minha equipe nunca usamos isso. Se os outros usam, problema deles. A gente vai sair na porrada do mesmo jeito, treinando bastante”, defendeu o brasileiro. “Acho que Chad estava chateado por não poder lutar ainda”, explicou o norte-americano, lembrando que a disputa foi adiada por uma lesão do brasileiro.

Apesar da rivalidade, as equipes têm em comum a filosofia da união: tanto Barão como Dillashaw definem os times como famílias. “Urijah é como um irmão para mim, somos muito próximos. Ele me ensinou muitas coisas, como levar minha vida. Ele me colocou no caminho certo”, definiu o norte-americano. “É como diz o nome: ‘Nova União’, todo mundo unido, nos fortalecendo a cada dia, um ajudando o outro, dando aquela força, aquele apoio. Cada pessoa ali é fundamental”, garantiu Barão.