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Pezão tenta apagar polêmica com doping e explica riscos de ficar sem TRT

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

06/08/2014 06h00

Antonio Silva, o Pezão, teve de ficar longe dos octógonos para cumprir uma suspensão por doping, mas volta no dia 13 de setembro, contra Andrei Arlovski. Pego em teste com excesso de testosterona no organismo no empate contra Mark Hunt, no fim de 2013, o brasileiro havia passado a usar o TRT (tratamento de reposição de testosterona), hoje proibido. Mesmo com níveis hormonais fora do ideal por conta de problemas de saúde, o paraibano afirma que isso não o atrapalhará para o combate na capital federal.

A necessidade de Pezão em usar o TRT vem de um tumor que ele tirou do cérebro em 2006, que causou acromegalia (gigantismo) e até hoje mexe com seus níveis hormonais. Seu corpo secreta mais hormônio de crescimento que o necessário, e isso diminui a quantidade de testosterona no organismo. Quando tentou a reposição, com o TRT, Pezão acabou caindo no antidoping, e agora afirma que usa outros meios para se manter saudável.

“Nunca tinha feito o TRT, e pedi pela primeira vez para a luta contra o Mark Hunt. Depois da cirurgia, em 2006, fiz minhas melhores lutas, e essa foi a primeira vez que pedi, mas não ocorreu como eu esperava”, lamentou ele, sobre o positivo no antidoping.

“No meu caso, o pedido não era por vaidade, por idade, por tomar esteroides no passado, mas porque meu corpo precisa. Tenho um distúrbio que mexe com os níveis de hormônio”, explicou ele.

De acordo com o peso pesado, agora ele faz modificações na sua alimentação para conseguir corrigir maiores problemas. Os riscos, segundo ele, são para quando estiver mais velho.

“O problema é no futuro, quando eu tiver uns 50 anos, que essa falta de testosterona pode fazer mais diferença. Hoje não prejudica a minha saúde. Eu consigo tirar da alimentação e da suplementação a diferença que preciso. Consegui baixar meu nível de hormônio de crescimento, mas não tem trazido nenhum mal, até ao contrário, porque eu me lesiono pouco, me recupero rápido”, pontuou o ex-desafiante ao cinturão dos pesados.

O caso de doping causou muita polêmica à época, já que o médico que requisitou o TRT foi Marcio Tannure, que trabalha com nomes como Vitor Belfort e Anderson Silva. Pezão criticou o trabalho dele e chegou a dizer que entraria na Justiça contra ele.

“Isso é uma página virada para mim. Se eu ver Marcio Tannure na rua, será como se nunca tivesse visto. Não quero mal, mas não tenho mais carinho com ele. Eu não posso me apegar ao passado. Fiquei chateado com tudo o que ocorreu, mas fui em frente”, afirmou Pezão, que desistiu de processar o médico, como havia dito que faria.

Pelo lado de Andrei Arlovski, a proibição do TRT é justa. “Se o UFC quer uma competição justa, está certo sim. Estamos aqui para entreter as pessoas, mas é preciso que as coisas sejam equilibradas.”