Lutador americano usa cor de rosa. Mas o motivo da cor merece respeito

Um brutamontes de quase de 1,88m e que bate com força equivalente a 100 kg quando não está no octógono. Especialista em wrestling, faixa roxa de jiu-jitsu e se vira bem na trocação contra lutadores de alto nível do MMA. Mas quem olhar para Phil Davis com todas essas características vê algo curioso:  o descontraído e brincalhão americano usa shorts e alguns acessórios cor de rosa.

A cor chamativa já rendeu provocação de adversários, como o ex-lutador Forrest Griffin. “Eu não vou apanhar de um cara que veste cor de rosa apertado”, cutucou o rival, antes de duelo que acabou não acontecendo em função de lesões.

Mas o brasileiro Glover Teixeira, adversário de Davis no UFC 179, que será disputado no próximo sábado, no Rio, demonstra respeito e não tira onda. Isso porque ele sabe o porquê da cor escolhida pelo americano, que também é apelidado de “Senhor Maravilhoso”, em referência a um gato que tinha com esse nome. “Veio dos tempos em que eu treinava na faculdade”, explicou.

“Eu acho feio esse negócio de apelidos, então nem comento esse negócio aí (de Senhor Maravilhoso). Mas sei que isso (cor do shorts) é uma coisa bacana que ele faz, uma coisa para o bem. Ele usa o rosa por uma causa bonita”, falou Glover, no treino de quinta-feira.

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A escolha por acessórios dessa cor serve para ajudar uma entidade local dos Estados Unidos no combate ao câncer. Ele abraçou a causa por ter uma tia que luta contra o problema. “Uso a cor há algum tempo por simbolizar o câncer de mama. Acho que isso pode ajudar na causa”, explicou Davis. “Mas já estou acostumado a falar sobre isso, virou algo que as pessoas perguntam”, continuou.

Davis é do tipo despojado e fanfarrão. Sempre sorridente, se expressa com facilidade e faz muitas brincadeiras. Já está em sua terceira passagem no Rio de Janeiro, onde já lutou duas vezes e ganhou. E aproveita para fazer média com os torcedores. “Sou brasilioto (sic), sou brasilioto (sic), disse ao ser aplaudido por fãs no treino aberto da última quinta-feira.

Durante os treinos subiu até onde estavam os torcedores para fazer fotos. “Eu amo o Brasil, aqui no Rio de Janeiro tem belas mulheres, e São Paulo já é uma cidade maior, muito grande como Nova Iorque. Mas gosto de toda essa atmosfera.” Sobre o apelido de Senhor Maravilhoso, também brincou. “Eu sou, por que não? Vocês não acham? É o que dizem.”

Davis e Glover fazem uma luta em que quem perder ficará bem distante de ter uma futura chance de disputa de cinturão contra Jon Jones. O primeiro ganhou moral depois de vencer Lyoto Machida, em agosto de 2013. Mas depois perdeu de Anthony Jhonson e caiu.

Já Glover teve sua chance contra o campeão, mas foi batido esse ano em decisão por pontos. Ficou pra trás na fila e sabe que terá que se recuperar. ”Acho que hoje tem caras na minha frente, como o Alexander Gustafsson. Tenho que fazer mais lutas ainda para ter uma nova oportunidade”, falou.

O americano diz que ganhará fácil e não se intimida pelo rival ter a preferência da torcida. “Caras como Glover sempre estão preparados para lutar em qualquer lugar, seja aqui no Brasil ou em Las Vegas. Ele é um cara top. No final do primeiro round ele estará atordoado.”