Topo

MMA


Lyoto e Barão pedem ousadia ao UFC e preveem 'Bom Senso MMA' após caso Wand

Jorge Corrêa e Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

30/10/2014 07h55

Estrelas do último UFC de 2014, que será realizado no dia 20 de dezembro, em Barueri, Lyoto Machida e Renan Barão são dois lutadores que já viveram de tudo dentro da organização, conquistando cinturão em suas categorias e agora reiniciando seus ciclos após derrotas. Em visita ao UOL, a dupla avaliou seus próximos combates e aproveitaram para falar de suas experiências e expectativas quanto à organização, principalmente depois de Wanderlei Silva abrir fogo contra o Ultimate no anúncio de sua aposentadoria.

Tanto Lyoto quanto Barão admitiram que, pelo fato de a explosão do MMA ser um fato recente, ainda há avanços que os lutadores podem ter, o que pode ser debatido com uma união de lutadores ao estilo do “Bom Senso”, criado pelos jogadores de futebol no Brasil.

“Em certa parte o Wanderlei pode ter certa razão, sobre situações que podem estar acontecendo. Eu vejo o UFC como business e eles estão fazendo o trabalho deles. A gente tem que reagir como pode. Se eu acho que não posso lutar, tenho que dizer. Tudo é uma negociação”, explicou Lyoto.

Para o Dragão, uma união de lutadores é questão de tempo. “É valido, como tem o tênis, futebol americano, beisebol. Mas são esportes mais velhos. O UFC é mais jovem, está se estabilizando, as pessoas estão entendendo melhor o esporte. É uma tendência, isso vai acontecer com o tempo. A necessidade vai aparecer, como já tem aparecido de a gente se juntar e exigir uma ou outra coisa, então vai acontecer.”

Barão inclusive foi usado como exemplo por Wanderlei, já que foi detonado pela organização pelo desmaio no corte de peso para a revanche contra TJ Dillashaw, que aconteceria no UFC 177, mas terminou na saída do potiguar do card.

"Teve alguns termos que ele (Wanderlei) falou certo, de fazer uma luta em cima da outra. Mas acho que o UFC não me desrespeitou, eu gosto de lutar, essa é minha vida, meu trabalho. Quanto mais me apresento melhor para mim, e infelizmente aconteceu o que aconteceu”, disse Barão, fugindo de polêmicas.

Sobre um cenário muito rígido e sisudo no MMA, com poucas superlutas e raros casamentos de lutas ousadas, ambos defenderam que o UFC se solte e ouse mais.

“Gostaria de fazer lutas assim, isso é algo a ser pensado pelo UFC, de ser mais alimentado isso. Essa ainda não é a proposta do UFC, que tenta seguir muito as regras das categorias de peso. Isso é algo que deveria acontecer em alguns casos”, afirmou Lyoto. "Concordo com o Lyoto, acho que seria legal fazer umas lutas assim mesmo. Pessoal precisa pensar nisso porque é muito interessante para a torcida", concordou Barão.

Barão e Lyoto ainda avaliaram seus combates no UFC Barueri. O peso pena pega Mitch Gagnon (15º do ranking) e o peso médio pega CB Dollaway (10º). Nenhuma das lutas deve levá-los diretamente ao cinturão, portanto os lutadores tem em foco principalmente se manter em atividade, lutando constantemente, e vencendo com bons espetáculos.