Ex-segurança de CR7 já lutou MMA com astro: "Ele é bom no mata-leão"

Bem sucedido, astro do Real Madrid e melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo é referência para todos os atletas que buscam o sucesso na carreira. Mas ele virou inspiração de um em especial ao mostrar talento para um esporte bem diferente: o MMA. O ex-segurança do jogador Gonçalo Salgado é lutador e já até ensinou alguns golpes ao português.

Gonçalo se tornou amigo de CR7 ao fazer trabalhos para a sua segurança pessoal. Ele, que participou do reality show TUF Brasil 3, da Rede Globo, e vem ao Brasil disputar o Megafighters, no Espírito Santo, revela que o amigo famoso também gosta das artes marciais e mostrou facilidade para aprender um golpe em especial: o mata-leão.

“Ele gosta e aprende muito rápido. Quem tem facilidade para esporte faz tudo bem. Ele me perguntou como fazia um mata-leão e eu ensinei. Ele foi bem, mas se fosse um pênalti seria bem melhor”, brinca o português.

Se Gonçalo passou um pouco dos seus conhecimentos, por outro lado aprendeu bastante. Ele também trabalha para manter a integridade física de outras estrelas do esporte como os surfistas Kelly Slater e o brasileiro Gabriel Medina e conta que o contato com atletas de ponta é muito enriquecedor.

Segundo ele, mesmo sem terem tempo para ver a sua performance nos octógonos ao vivo, Kelly Slater e Cristiano Ronaldo assistem às lutas pela internet e costumam dar dicas de como ter sucesso na carreira.

“Eu considero meus ídolos, são grandes atletas e, como estou perto deles, tento sempre aprender algo conversando ou apenas observando. São esportes diferentes, mas o que eles me dizem é que acima de tudo tem que manter o foco, a disciplina, a vontade de vencer e treinar muito. Os esportes podem ser diferentes, mas a competitividade é a mesma e a vontade de vencer também. É preciso ter muita disciplina. Para Kellly surfar boas ondas, por exemplo, tem que ficar horas no sol”.

Gonçalo acredita que as duas funções que ele exerce profissionalmente acabam se complementando. Como segurança, ele precisa ter a agilidade e a força física de um lutador. E como lutador, ele não pode perder o foco e a atenção que exercita tanto para manter a integridade das estrelas.

Usou tudo isso, por exemplo, ao passar apuros com Kelly Slater quando trabalhou na etapa portuguesa do WCT. “O Slater foi dar autógrafos ao lado de algumas barreiras que ficam na areia para separar o público. Mas os torcedores se empolgaram e forçaram tanto as baias que elas começaram a cair na direção do Slater. Por muito pouco alguém não se machucou. Eu tive que segurar as barreiras para não atingirem o atleta e para as pessoas não caírem umas sobre as outras. As consequências poderiam ser grandes”.

Gonçalo quer seguir os passos dos amigos, mas a sua realidade ainda é bem distante. Aos 32 anos, ele não tem patrocínio e se desdobra em uma árdua rotina diária para conciliar os dois trabalhos. Diariamente, ele leva a filha na escola de manhã e vai para os dois turnos de trabalho na empresa de segurança. Encaixa os treinos no horário do almoço e à noite depois do fim do expediente.

“Sou um amador competindo entre profissionais, não tenho patrocínios. Trabalho muito e junto dinheiro para poder treinar no exterior, no caso o Brasil, em um período do ano. Eu queria poder viver da luta. No Brasil, eu vejo muito isso”.

É com o suor do trabalho que Gonçalo sustenta a família e junta dinheiro para passar temporadas treinando em terras tupiniquins. Como o MMA em Portugal ainda não é tão desenvolvido, ele vem de duas a três vezes por ano para treinar na academia de Demian Maia.

“Em Portugal, o MMA ainda está começando e ainda é mais limitado. Já está melhor que alguns anos atrás, mas ainda tem um caminho longo pela frente se compararmos com o Brasil que investiu e tem uma matéria-prima humana muito melhor. Os atletas têm apoio de empresas e o público gosta do MMA. Tem mais patrocínios, mais apoios, mais divulgação, mais eventos e a partir do momento em que a TV começa a valorizar o esporte, tudo muda”.

Desde criança, Gonçalo lutou judô, taekwondo, karatê e boxe, mas se apaixonou mesmo foi pelo MMA em 2005 quando viu uma luta da modalidade. Em sua carreira, ele tem sete vitórias e duas derrotas. No TUF Brasil 3, acabou eliminado na fase preliminar por Job Kleber, mas considera que o aprendizado foi grande.

“Gostei, foi uma experiência muito boa, conheci muitas pessoas. Infelizmente, a luta não foi da minha maneira, eu estava dominando o combate. Mas no momento de ansiedade em que tentei terminar, o adversário ainda meio zonzo deu um contra-ataque e fui ao chão. Acho que tenho que ter menos ansiedade e coração e ser mais racional, pensar melhor”.

No fim de novembro, ele vai para mais uma luta ao enfrentar Michael Mendes pelo peso pesado no Megafighters. E espera que seja o início para realizar o sonho de chegar ao UFC.

“Meu sonho é viver do MMA e estar em bons eventos, tentar patrocínios e estar no foco”, diz ele que. “O UFC é o maior evento do mundo com um nível extremamente alto, com todos os atletas querendo chegar lá. O sonho de qualquer lutador é estar no UFC, claro”.