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Irlandês foi achincalhado no Brasil e amou. "Queria matar cada um deles"

Conor McGregor em evento no Brasil que bateu boca com fãs - William Lucas/Inovafoto
Conor McGregor em evento no Brasil que bateu boca com fãs Imagem: William Lucas/Inovafoto

José Ricardo Leite

Do UOL, em Las Vegas (EUA)

24/11/2014 06h00

Vaias e xingamento de todo tipo. Sobrou para roupa, barba, visual e até família de Conor McGregor na guerra verbal que o irlandês protagonizou com a torcida brasileira em um evento de perguntas e respostas no Rio de Janeiro, em outubro, antes da luta de José Aldo e Chad Mendes. Mas quem acha que o falastrão irlandês foi embora com má impressão dos brasileiros e guardou mágoa está redonda enganado. “Eu amei.”

O lutador peso pena do UFC, sempre acompanhado de ternos grifados, óculos escuros e longa barba ruiva, disse que adorou o embate que teve com os fãs de José Aldo e voltou admirado com a raiva que despertou nos compatriotas do campeão depois de falar que arrancaria sua cabeça e tomaria seu título.

Tudo isso provocou uma sensação de realização para Conor, que foi até chamado para a briga por alguns dos torcedores. “Eu amei as pessoas brasileiras, a paixão das pessoas, as mulheres, a ótima atmosfera. Aproveitei muito. Rio e o Brasil são ótimos lugares, dos melhores que eu já visitei e sempre quis visitar. Foi um sonho realizado para mim estar lá”, falou ao UOL Esporte durante evento nos Estados Unidos.

“E estar cara a cara com fãs apaixonados...eu adorei o jeito que eles estavam. Eles queriam me matar e eu queria matá-los também um a um. Foi uma coisa legal. Paixão você sente, e eu senti essa paixão deles. Eu estou muito ansioso para lutar no Brasil um dia”, prosseguiu.

Conor ainda fez um mea culpa ao lembrar que também provocou a plateia que estava no Maracanãzinho e discorda dos que entendem que o público reagiu com certa falta de bons modos pelas palavras desferidas.

“Não, não. Não acho. Vi que as pessoas da mídia brasileira falaram isso, mas não vejo assim. Eram pessoas apaixonadas falando ali. Você pode falar o que quiser pra mim. Eles estavam movidos pela paixão. Não me senti desrespeitado. Eu aproveitei tudo aquilo a cada minuto. Eu estava chamando eles de mulheres. Eu falei que arrancaria a cabeça do campeão, o mataria e pegaria seu cinturão. Eles queriam me matar, foi lindo, eu amei aquilo.”

O irlandês vem de 11 vitórias seguidas no MMA, quase todas elas avassaladoras.  Só uma delas durou mais de dois rounds. Conor chegou como aposta para balançar uma das categorias mais leves, que não costumam ter nomes de grande impacto.

Conor tem luta marcada para o dia  18 de janeiro contra o alemão Dennis Siver. Mas encarar José Aldo em uma futura disputa de cinturão parece ser questão de tempo para o irlandês, vide que o próprio brasileiro já faz lobby por este combate. Mas Conor não demonstra muito respeito pelo campeão e diz ser muito melhor.

“Sim, sou 100% melhor do que ele. Eu sou lutador diferente, sou um artista. Meu estilo diferente, ele não está preparado para mim. Ninguém está preparado pra lutar comigo. Todos falam que eu era uma piada, Diego (Brandão, nocauteado) falou e viu que não era uma piada”, finalizou.