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Anderson Silva faz terapia e pede a fãs que entendam privacidade de ídolos

Anderson Silva diz que fãs precisam entender privacidade das estrelas - Joel Silva/Folhapress
Anderson Silva diz que fãs precisam entender privacidade das estrelas Imagem: Joel Silva/Folhapress

José Ricardo Leite

Do UOL, em Las Vegas (EUA)

27/11/2014 06h00

Bons salários, idolatria, reconhecimento, respeito dentro de seu país e também ao redor do mundo. Convites diversos para eventos de glamour e paparicos dos fãs. A vida e rotina de uma celebridade têm seus prazeres, claro, mas as circunstâncias e sentimentos que envolvem uma “pessoa normal” não somem só porque o anonimato virou passado.

A sequência de defesas de cinturão no UFC e os shows dados em suas nas lutas de MMA fizeram Anderson Silva atingir o status de uma das maiores estrelas do esporte nacional e, consequentemente, carregar junto o pacote da vida de popstar.

Spider, porém, avisa ser necessário que os fãs compreendam que em muitos momentos podem se deparar com os astros em dias ruins, com problemas ou sem condições de dar a devida atenção que merecem. Explica que as estrelas podem querer retribuir ao máximo o reconhecimento e carinho, mas que não é possível estar 100% disponível a todo momento e que necessitam de privacidade.

“É legal ter reconhecimento dos fãs. Mas tem alguns momentos que você precisa de privacidade. Precisa sentar pra conversar com um amigo sobre a sua vida. Precisa ter uma vida social, e algumas vezes é uma coisa complicada isso”, falou Anderson, em entrevista ao UOL Esporte, em evento em Las Vegas.

“As pessoas são normais e todas elas têm problemas e precisam de privacidade. Precisam do tempo delas e nem sempre estão com tempo disponível e felizes. Tem que haver entendimento e respeito, não só em relação a atletas de MMA, mas os artistas e pessoas famosas em geral. É isso que tem que haver, tanto de uma parte como de outra”, prosseguiu.


Apesar de pedir a compreensão, Anderson diz entender também que é muito difícil para um fã imaginar que em determinados momentos o grande ídolo está com algum problema, cansado ou de mau humor. E afirma que ficaria chateado se algum deles saísse frustrado. “Às vezes você está em um avião e encontra um fã ali, que nunca te viu. E você pode estar num bom dia ou num dia ruim, com problemas pessoas e tal. Não tem cabeça pra tirar foto ou algo parecido. Tem que haver uma ponderação dos dois lados, e é difícil e complicado isso.”

Como exemplo de busca por resolver questões pessoais na vida “normal”, Anderson tem feito sessões de terapia com psicólogos tanto na cidade onde vive, Los Angeles, como quando está no Brasil. O trabalho com os profissionais de psicologia começou como uma forma de perder a desconfiança e receio na perna operada durante os treinos, mas se estendeu também para o autoconhecimento de sua personalidade. Disse que evoluiu em alguns antigos defeitos.

“Eu estava fazendo (terapia) em Los Angeles, e agora no Brasil também. Está sendo muito bacana, não só por causa da minha perna, mas para que eu me conheça como pessoa, como ser humano também. É bem bacana”, explicou Spider, que disse ainda não ter se surpreendido muito com algo sobre si que desconhecia.

“Não teve muita novidade não, falamos sobre algumas coisas que já imaginava. Mas é legal porque estou me entendendo um pouco mais. Eu era um cara muito imediatista. Tudo tinha  que ser agora, daquele jeito e como eu queria. E isso com os tratamentos me deixou mais calmo e sereno.”

Anderson voltará ao octógono no dia 31 de janeiro, em Las Vegas, quando duela contra o norte-americano Nick Diaz, mais de um ano após sua lesão contra Chris Weidman.