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Velho inimigo ou novo risco: UFC Suécia decide o rival de Jon Jones

Do UOL, em São Paulo

24/01/2015 06h00

Depois de um pós-luta problemático no UFC 182, por conta de um flagra por uso de cocaína, Jon Jones deve se sentar em seu sofá e voltar seus olhos mais uma vez para o MMA neste sábado. É que seu futuro será decidido na cidade de Estocolmo, na Suécia. Alexander Gustafsson, astro da casa, e o norte-americano Anthony Johnson duelam para definir o próximo desafiante ao cinturão dos meio-pesados.

O palco da noitada (a partir das 19h de Brasília, com transmissão do canal Combate) é a Tele2 Arena, um estádio de futebol que recebe 30 a 33 mil pessoas normalmente, mas que para um evento de MMA pode chegar a 40 mil espectadores – o UFC espera cravar seu segundo maior público na história, atrás apenas das 55 mil pessoas que viram o UFC 129, no Canadá. Gustafsson foi o rival mais perigoso da carreira de Jones, e a torcida sueca deve comparecer em peso para apoiar, no mercado que tenta abrir as portas da organização para a Europa.

O confronto entre sueco e norte-americano decidirá se Jones vai pegar um velho conhecido ou um se terá um risco diferente pela frente.

Pelo lado de Gustafsson, suas armas mostraram ser perigosas para o atual campeão e é nelas que ele deve se apoiar novamente: a grande envergadura, usada para manter os rivais à distância, a trocação técnica e versátil, castigando aos poucos, e o jogo de pernas ágil, que o tornam difícil de ser pego.

Johnson também é um trocador, mas tem características bem diferentes. Baseia seu jogo na potência. Parceiro de treinos de Vitor Belfort na Blackzilians, ele ficou conhecido pelo seu poder de nocaute, mesmo tendo lutado em categorias muito mais leves no passado, como o meio-médio (até 77 kg).

Ele encontrou sua forma física no meio-pesado (até 94 kg), e tem um grande retrospecto em seus últimos compromissos, principalmente no Ultimate: está invicto há oito combates, com três vitórias no WSOF e duas no UFC, sendo uma contra o duríssimo Phil Davis e outra com um nocaute arrasador sobre Rogério Minotouro. Esse poder de nocaute e sua habilidade em controlar bons wrestlers, como Davis, mostram o perigo de Johnson frente a Gustafsson e, caso vença, frente ao campeão Jones.

Todos os papos sobre o combate giram em torno de Jon Jones, mas os lutadores sabem que, quando a porta da jaula se fechar, a figura do campeão tem de sair de suas mentes. “Não estou pensando em uma chance pelo cinturão, nem nada que não seja Anthony Johnson. Eu tenho de entrar ali e estar no topo do meu jogo, para sair como vencedor. E eu vou. Fiz meu dever de casa, estou pronto para lutar”, disse Gustafsson, 16 vitórias e duas derrotas na carreira.

Johnson se lembrou de um combate no Brasil para falar da torcida sueca. “Se eu aguentei lutar no Brasil, posso aguentar qualquer torcida. Não estou com medo dos suecos, estou bem”, disse ele, que foi derrotado por Vitor Belfort no UFC Rio 2. “Nada me preocupa (em Gustafsson). Claro que ele é um grande lutador, mas é humano. Ele vai cometer erros. Somos dois caras que vão para cima e que vão soltar tudo no octógono.”

O card em Estocolmo não tem brasileiros, mas outros dois combates se destacam, um no peso médio e outro no meio-pesado. No primeiro, o vovô Dan Henderson, de 44 anos, volta após uma derrota humilhante contra Daniel Cormier e encara Gegard Mousasi, vítima de Ronaldo Jacaré em seu último embate. Ambos precisam se recuperar para fazer jus ao status de astro que conservam.

No segundo, Phil Davis, que tem em seu cartel uma vitória sobre Alexander Gustafsson, mas uma derrota para Anthony Johnson, volta à ação. Depois de ganhar moral ao vencer Glover Teixeira, ele pega Ryan Bader, que está embalado por três triunfos consecutivos.