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Efeito sanfona, demissão e renascimento: conheça o novo rival de Jones

Do UOL, em São Paulo

26/01/2015 06h00

Para quem não acompanha o MMA de perto, o nome Anthony Johnson pode não parecer estranho. E realmente não é. O norte-americano já se apresentou para a torcida brasileira, quando enfrentou Vitor Belfort no UFC Rio 2. Do lutador que falhou na pesagem, perdeu por finalização e agora está confirmado como novo desafiante ao cinturão de Jon Jones, muito mudou.

O mais curioso na carreira de Johnson é como ele transitou por divisões de peso até se encontrar. Se ele nocauteou Alexander Gustafsson como meio-pesado, categoria até 93 kg, em outros momentos chegou a atuar como meio-médio, que só permite atletas com até 77 kg, mas também chegou a fazer combate como peso pesado, batendo 104 kg. Uma diferença gritante de 27 kg. 

Sua trajetória é marcada ainda por outra polêmica. Além da falha na pesagem que levou a demissão do UFC em 2012 – ele só retornou à organização em 2014 – ele foi acusado de agressão doméstica no ano passado, e ficou um tempo na “geladeira”, até arrumar a casa.

Conheça mais do lutador de mão (muito) pesada, que promete ser uma ameaça real ao até hoje invencível Jon Jones.

1. Vovô mandou lutar

Quem apresentou Anthony Johnson ao mundo das lutas foi seu avô. Aos 8 anos, o garoto era elétrico. Vivia subindo em árvores e pulando muros. Até que foi colocado na luta olímpica e começou a gostar do que viu. “Eu sempre fiz o tipo machão. E gostava de ficar cara a cara com alguém, colocar meu rival com a cabeça no chão e mostrar quem manda”, disse ele, ao MMA Weekly.

Anthony Johnson lutava no meio-médio no começo da carreira - Getty Images - Getty Images
Anthony Johnson lutava no meio-médio no começo da carreira. No rosto é possível ver a diferença de antes para o meio-pesado de agora
Imagem: Getty Images

2. Começo no MMA

Johnson chegou a lutar e ganhar título na luta olímpica, durante a universidade. Depois, um amigo o chamou para treinar na academia do pai e ele conheceu o MMA. Seus primeiros combates foram em 2006. Ele chegou a ser cotado para o TUF, reality show do UFC, mas entrou direto com uma vitória no UFC Fight Night 10.

3. Levinho? Um outro Johnson começou no UFC

Se hoje ele luta no meio-pesado, Johnson estava no meio-médio em seus primeiros dias de UFC. Isso rendeu problemas. Em duas vezes ele não conseguiu chegar a 77 kg, sendo a primeira contra Rich Clementi, no UFC 76, quando acabou finalizado. Outra luta marcante foi diante de Kevin Burns, em 2008, quando perdeu porque levou uma dedada no olho e não pôde continuar.

4. Vexame contra Belfort

Com problemas na balança e no cartel - chegou a ter 8 vitórias e três derrotas em certo momento - Johnson fez uma de suas lutas mais lembradas contra Vitor Belfort no UFC Rio. Era para ele lutar no médio, até 84 kg. Mas o lutador apareceu para a pesagem 5 kg acima. Algo inaceitável. O combate ainda aconteceu, mas o brasileiro finalizou no primeiro round. Pela falta de profissionalismo, o Ultimate demitiu o norte-americano.

Vitor Belfort x Anthony Johnson - Marcelo de Jesus/UOL - Marcelo de Jesus/UOL
Vitor Belfort finaliza Anthony Johnson no UFC Rio 2, com um mata-leão
Imagem: Marcelo de Jesus/UOL

5. Renascimento fora do UFC

Já fora do UFC, Johnson teve tempo de se reconstruir. Um de seus segredos foi ir treinar na Blackzilians, academia em que Belfort faz sua preparação. Johnson tentou lutar outra vez no médio e venceu, mas não bateu peso. Aí, foi para o meio-pesado. Contratado pelo WSOF, chegou a lutar no peso pesado e bateu Andrei Arlovsky, mas retornou ao peso anterior e, quando somou seis vitórias seguidas, com quatro nocautes, foi repatriado por Dana White e companhia.

6. Minotouro sente seu poder

No UFC, Johnson foi colocado para fazer sua reestreia contra um lutador que é casca grossa: Phil Davis. E venceu por pontos. Em seguida, seu rival foi Rogério Minotouro. O baiano, já em má fase, durou 44 segundos e foi nocauteado de forma arrasadora. Assim, O Ultimate colocou o norte-americano para encarar Alexander Gustafsson, um desafio grande fora de casa – e pelo qual Johnson passou com muito sucesso, ao bater o sueco em 2min15s

7. Problema com a justiça

Antes da luta contra Gustafsson, Johnson ficou arriscado de ser cortado do UFC, por mau comportamento fora de competição. Ele foi acusado de agressão contra a mãe de seus dois filhos, e a organização preferiu suspendê-lo até que tudo ficasse claro. Dois meses depois, o caso foi arquivado e Johnson foi colocado como rival de Gustafsson.