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Rival de Anderson Silva diz que mirar perna operada "seria louco"

Anderson Silva e Nick Diaz em encarada em Las Vegas - José Ricardo Leite/UOL
Anderson Silva e Nick Diaz em encarada em Las Vegas Imagem: José Ricardo Leite/UOL

José Ricardo Leite

Do UOL, em Las Vegas

27/01/2015 06h00

Procurar os pontos fracos e explorar a deficiência de um rival? Tudo bem. Mas atacar uma região frágil por problemas médicos já é apelação. Anderson Silva pode ficar tranquilo que a perna esquerda fraturada não vai ser alvo de “jogo sujo” do Nick Diaz no combate do próximo sábado, em Las Vegas, pelo UFC 183. É o que garante o americano, que diz ignorar completamente a lesão do brasileiro em termos de estratégia.

Diaz admite que no mundo das lutas, seja no MMA ou no boxe, é comum um competidor tirar vantagem de um ferimento aberto no oponente durante o combate para mirá-lo e, aos poucos, fazer daquela lesão o caminho do triunfo. Mas garante que seria “louco” e antiético ao ficar os 5 rounds do combate caçando a perna operada de Spider. Diz que não se sentiria um vencedor legítimo.

Não, não. Não farei isso. Eu penso que quando um lutador esta machucado e você entra tentando atacar é complicado. Seria triste perder uma luta sabendo que você entrou pensando apenas em atacar uma lesão. Você tem de entrar, fazer a sua luta e não se preocupar com a lesão do outro”, falou o americano.

Eu não penso em fazer isso. Seria ruim atacar a lesão de alguém numa luta. Em um corte (durante uma luta) você pode tirar vantagem e atacar, mas não vou ter como alvo a lesão.  Seria louco focar nisso”, prosseguiu.

Diaz tem como forte o boxe e jiu-jitsu e será de se estranhar caso use os chutes, algo que sempre foi um ponto débil em seu jogo em pé. Não é do mesmo estilo de Anderson, que usa mais a perna e o muay thai.

Anderson sofreu fratura na canela esquerda em dezembro de 2013, quando tentava recuperar o cinturão perdido para Chris Weidman. Ficou mais de um ano afastado em recuperação. Independentemente das declarações do americano, Spider não demonstrou nenhum receio de que a perna esquerda vire alvo na luta.

Não, não. Não sei em que sentido ele miraria a perna, pois chutar minha perna não muda muita coisa. Vai estar igual, não tem diferença nenhuma”, disse o ex-campeão dos médios do UFC.

Trampolim para Anderson

Diaz tem um boxe afiado, um dos melhores do UFC, e construiu uma carreira marcada por trocação franca e combates que agradam ao público. Não à toa foi o adversário escolhido pela organização para a volta de Anderson, já que um oponente da luta agarrada poderia acarretar em um combate que frustrasse os fãs.

O americano abraça o espírito e diz ter noção de que está ali também como um “trampolim” para a tão esperada volta de Anderson Silva, que já ouviu a confirmação de que será o novo desafiante ao título dos médios caso vença no sábado. Se isso acontecer, Spider pegará o ganhador de Chris Weidman x Vitor Belfort, que duelam no dia 28 de fevereiro.

“Eles vão me usar para um grande show ou um médio show. Não se trata de lutar pelo título. Nesse momento me usam para lutar contra o cara mais importante. Eles precisam de um lutador que luta de verdade”, declarou Diaz.