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Tibau fez braço de Diaz 'estalar' há 8 anos. Agora, prevê show de Anderson

Nick Diaz (e) e Gleison Tibau se enfrentaram no UFC 65, em novembro de 2006 - Reprodução
Nick Diaz (e) e Gleison Tibau se enfrentaram no UFC 65, em novembro de 2006 Imagem: Reprodução

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

30/01/2015 12h00

Hoje, Gleison Tibau é o lutador em atividade com mais lutas feitas pelo UFC, mas há oito anos ele era um desconhecido. E, para fazer a primeira de suas 24 lutas na organização, ele já teve uma pedreira pela frente: encarou Nick Diaz, o rival de Anderson Silva neste sábado, em Las Vegas. O resultado não foi dos melhores, mas o lutador chegou perto da vitória. Diaz ouviu seu braço estalar em certo momento, mas derrotou o brasileiro.

O potiguar Tibau, então com 23 anos, tinha 16 vitórias e duas derrotas em seu cartel. O norte-americano estreou no Ultimate em 2003 e somava 5 vitórias e quatro derrotas na organização. Apesar do cartel fraco, ninguém queria encarar Nick Diaz, já conhecido pelo bom boxe e jogo afiado no jiu-jítsu e por vitórias sobre nomes como Robbie Lawler.

“Eu aceitei o desafio e fui pra guerra. Ele venceu, mas lutei bem, tanto que o UFC gostou e me deu nova oportunidade”, lembra Tibau. O nocaute aconteceu no segundo assalto, no ground and pound. “A luta foi dura. No segundo round, dei um mole e ele me pegou. Mas lembro que quase finalizei na americana, no primeiro round. Depois da luta, ele e o irmão dele vieram falar comigo. Ele disse que sentiu o braço estalar e eles me elogiaram, falaram que a luta foi difícil.”

Tibau conta que Diaz já era bem conhecido na época – diferentemente dele próprio, “ninguém sabia meu nome direito”. Mas não era tão polêmico. “Ele vinha de boas vitórias, tinha nocauteado o Robbie Lawler, já era bem famoso. Mas não era tão polêmico, me respeitou muito. Foi só elogios, assim como ele está sendo respeitoso com o Anderson Silva.”

Sobre o que espera tecnicamente, Tibau confia em uma boa participação de Anderson, e o considera favorito para a luta.

“A melhor qualidade que o Diaz tem como lutador é ser durão, ir para a luta franca sem se preocupar com nada. Foi assim que ele venceu muita gente, indo para cima como um brigador mesmo. Só que isso, lutando contra um cara com a qualidade do Anderson, pode ser o ponto fraco dele também. O Anderson é mais técnico, então vai levar a melhor na trocação”, analisou Tibau.

“Eu confio na genialidade do Anderson e no seu comprometimento nos treinos. Não sei o quanto o Diaz está se dedicando para essa luta. Aposto em uma grande vitória do Anderson Silva”, concluiu.

Curiosamente, foi Nick Diaz quem não seguiu no UFC depois daquele combate de 2006. O norte-americano foi para o Pride enfrentar Takanori Gomi (venceu, mas foi pego no antidoping por maconha), passou pelo Dream, pelo EliteXC e teve seu período áureo no Strikeforce. Neste evento, Diaz deteve o cinturão dos meio-médios, o que o levou de volta ao Ultimate em 2011.

No UFC, ele reestreou vencendo o ex-campeão BJ Penn. Depois, deveria enfrentar Georges St-Pierre pelo cinturão, mas sua ausência em eventos promocionais não foi desculpada, e o UFC o cortou do combate. Diaz perdeu então para Carlos Condit e depois teve uma chance, enfim, contra GSP, mas perdeu por pontos.