Estudo feito nos EUA será base da defesa de Anderson Silva contra doping
Anderson Silva negou que tenha usado qualquer substância dopante, mas ainda não explicou por que um exame apontou a presença de dois itens proibidos no seu organismo. Se tudo correr como planejado, apresentará sua justificativa até a próxima sexta. Até lá, o lutador e seu estafe, com a consultoria de um farmacólogo, estudam todas as possibilidades de defesa.
A análise dos materiais coletados e dos exames feitos em Anderson Silva está sendo feita nos Estados Unidos, explica Claudio Dalledone, advogado paranaense que está trabalhando no caso para o lutador. Segundo ele, o parecer do profissional contratado pelo ex-campeão dos médios já tem 50 páginas e deve ser concluído em breve.
Esse estudo deve ser a base da defesa de Anderson Silva. No dia 17 de fevereiro, o lutador será ouvido pela Comissão Atlética de Nevada, que é quem o acusa de doping – o UFC, embora seja o empregador do brasileiro, apenas acompanha o caso. Nessa audiência, Spider terá de provar por que seu exame antidoping acusou positivo para as substâncias drostanolona e androsterona.
Anderson fez três exames antes da luta contra Nick Diaz, que ele venceu por pontos no último sábado. Nos dias 9 e 19 de janeiro, a Comissão Atlética colheu amostras de sangue do brasileiro. O primeiro mostrou a presença das substâncias drostanolona e androsterona - o resultado do teste do dia 19 ainda está pendente. O Spider também foi testado em 31 de janeiro, cedendo uma amostra de urina, que voltou limpa.
“Eu estou perplexo, o Anderson está perplexo. Ele jurou que não ingeriu nenhuma substância. Uma das conjecturas, e por enquanto está só no campo da conjectura, é a de que possa existir o ‘falso positivo’, tendo em vista a carga enorme de anti-inflamatórios que ele teve de usar para superar a lesão. Isso está sendo investigado”, disse Dalledone.
O “falso positivo” em questão é uma teoria levantada pelo advogado. Segundo ela, Anderson teria usado medicamentos permitidos ao longo de 2014 para ajudar na recuperação da fratura na canela esquerda que o tirou dos octógonos após a segunda luta contra Chris Weidman. Em excesso, essas substâncias teriam aparecido no exame antidoping como anabolizantes por conta de uma alteração metabólica. Por enquanto, porém, o argumento não passa de uma hipótese. A teoria só será usada na defesa do brasileiro se for esse o parecer do farmacólogo contratado por Anderson Silva. Até que o estudo seja concluído, nada deve ser dito de forma definitiva.
A notícia do doping foi divulgada na noite da última terça e Anderson se manteve calado por quase um dia. Quando se pronunciou, na noite seguinte, limitou-se a negar o uso de doping, sem explicar, no entanto, o que levou ao teste positivo para as substâncias anabolizantes. A ideia é que ele volte a falar, dessa vez com mais a dizer, quando o estudo for concluído.
“Nós estamos em compasso de espera por causa desse parecer. Ele vai dar elementos suficientes para o Anderson dar uma versão. [Ele falar sobre o assunto] é uma hipótese que está ganhando corpo. Ele é um homem público, uma personalidade brasileira”, disse Dalledone.
Além da audiência do dia 17, o estafe do lutador espera que ele possa fazer uma contraprova, que na verdade representaria um terceiro exame. “Comissão Atlética de Nevada vai dar o contraditório. Queremos que seja tudo publicado, que seja acompanhado por técnicos indicados pela defesa do Anderson”, completou o advogado.
A argumentação à Comissão de Nevada, porém, será definitiva, conforme diz o próprio Dalledone. Como já fez em outros casos, deve ouvir as explicações do acusado para depois se pronunciar sobre uma eventual punição. No caso da substância de Anderson Silva, a praxe é de ganchos entre nove meses e um ano.
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