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Aldo critica 'crucificação' e defende uso médico no caso de Anderson Silva

Maurício Dehò

Do UOL, em Sorocaba (SP)

03/03/2015 06h00

A polêmica do doping de Anderson Silva ainda aguarda seu desfecho, mas os lutadores já sabem que vão sentir na pele o endurecimento da política contra o uso de substâncias ilícitas. No caso do ex-campeão do UFC, uma questão em debate é se um atleta fora de competição poderia fazer uso de esteroides como forma de ajudar a recuperar uma grave lesão, o que será a linha de defesa de Anderson, admitindo uso, mas não como doping. José Aldo saiu em defesa do ídolo.

Para o campeão dos penas do UFC, se Anderson fez uso de alguma substância com propósito médico, buscando apenas recuperar a perna quebrada e não tirar vantagem competitiva no UFC 183 – em que enfrentou Nick Diaz -, não deveria haver punição.

“Se a pessoa precisa de uma ajuda dessa eu não vejo problema nenhum. Ninguém é jovem a vida inteira. Quando você chega a uma certa idade, você pode precisar de certas substâncias que o corpo não produz mais. Então, não vejo problema nenhum”, opinou José Aldo.

“No caso do Anderson, se ele usou para isso, para a perna dele, não vejo problema nenhum. O Anderson passou por um ano difícil, a cabeça dele girou a mil, ele não sabia se ia voltar, se ia parar, como ia voltar. Se ele tem um médico que o acompanha e aconselha a usar certas coisas, não vejo problema. Ele não estava tentando usar como forma de trapaça. Para mim, se ele tem um médico e ele chega e fala, ‘Anderson, vamos fazer um tratamento com isso, até certo tempo’, não vejo problema”, acrescentou o campeão dos penas.

Aldo afirmou que não se sentiu decepcionado com o ocorrido com o Spider, apenas lamentou a “condenação” feita em cima do brasileiro, que será julgado neste mês de março e possivelmente já saberá sua pena. O gancho deve durar entre nove meses e um ano.

“Não acho certo crucificar atletas antes de julgamento", lamentou. “Nada vai mudar para mim, todos nós sempre veremos o Anderson como campeão, dominante, o cara que querendo ou não fez o MMA chegar onde chegou hoje. Não vejo a imagem dele arranhada, para mim continua sendo um campeão”, acrescentou o campeão dos penas.

Além disso, o manauara prevê a longo prazo uma diminuição das "trapaças". “Acho difícil arranhar a imagem do MMA. Sempre aconteceram casos assim. Não muda nada. Já teve caso no futebol, atletismo, já se viu isso antes. Até a Rússia, que sempre foi vencedora no esporte, já teve escândalos. Os atletas que jogam assim agora vão ter que jogar sério”, opinou o manauara.

José Aldo afirmou que espera um cerco maior e disse estar disponível para os testes antes do UFC 189, inclusive os feitos de surpresa – o brasileiro revelou ainda não ter passado por esse tipo de exame.

O campeão dos penas tem luta marcada para 11 de julho, em Las Vegas. Ele encara Conor McGregor, irlandês falastrão que tem cartel de 17 vitórias e duas derrotas, e é o número 3 do ranking. O brasileiro faz a luta principal do UFC 189, que tem outra disputa de título programada: o campeão dos meio-médios, Robbie Lawler, encara Rory MacDonald.