'Babá dos lutadores' tem demissão misteriosa após 14 anos no UFC

Burt Watson não é conhecido do grande público, mas, nos bastidores do UFC, é ele quem manda na relação entre lutadores e a organização. Mais do que um gerente, uma ponte entre estas partes, ele acabou ficando conhecido como a “babá” dos atletas. Depois de 14 anos, o norte-americano anunciou nesta terça-feira que deixou o cargo. Os motivos para isso ainda são um mistério.

Os rumores já haviam surgido no fim de semana, e via Twitter Watson confirmou o adeus: “Depois de 14 anos, eu decidi deixar o UFC. Obrigado Dana White, Lorenzo Fertitta e Donna Marcolini”, limitou-se a dizer.

O estranho é que Watson, que sempre aparecia para as pesagens, como um animador da torcida e dos lutadores, não esteve na do UFC 184 e depois não foi mais visto, deixando no ar os reais motivos para ele ter interrompido suas funções. O UFC ainda não se pronunciou sobre a saída do icônico funcionário.

O lutador Mark Muñoz foi acusado de ter relação com o caso. Ele teria sido negligenciado e deixado para trás por Burt após a pesagem. Muñoz negou no Twitter que tenha sido o caso. De acordo com o MMA Junkie, houve uma discussão de Watson com outro funcionário do UFC, mas naquele momento não foi possível apurar a razão do confronto.

Em entrevista ao UOL Esporte em 2013, o sessentão explicou sua função. “Faço as operações básicas relacionadas aos lutadores. Trabalho de solo, viagens, hotéis, treinos, treino aberto, preparação física, coletiva de imprensa e a entrada no octógono...”, enumerou ele.

A primeira função é sempre o check-in no hotel – com direito a bronca para os atrasados. “Eu tenho de garantir que os lutadores sempre estejam no lugar certo e na hora certa. Eu sou o que liga o evento com os lutadores. Se o lutador precisa de algo, sou eu quem faço”, detalhou Watson, que admite que teve de lidar com a maluquice de muitos lutadores, de manias a problemas com namoradas.

Burt Watson chegou a fazer trabalho semelhante no boxe, com nomes como Joe Frazier, e quando entrou no UFC, a ligação foi duradoura.

Seu dia mais tenso, sempre, é a pesagem. " Se nós temos 12 lutas, então tenho de ter 24 lutadores batendo o peso. Não gosto desse dia, ele esgota a minha energia. Porque é como se eu tivesse cortando o peso junto com esses caras. É sofrido, intenso. Quando eles relaxam, eu relaxo. Mas quando não batem o peso, aí eu não gosto nada."